Por Hugo Luque
A briga contra a zona de rebaixamento está cada vez mais intensa e, para tentar se afastar novamente da parte baixa da tabela, o Botafogo recebe o Paysandu neste domingo, às 18h30, no Estádio Santa Cruz, pela 21ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
Com 22 pontos, o Pantera está dois atrás do Papão, que tem 24 e também briga contra a queda. A equipe de Paulo Gomes vive um período de altos e baixos: uma vitória, dois empates e duas derrotas nas últimas cinco partidas. Na rodada passada, o time viajou para Belo Horizonte (MG), onde enfrentou o América-MG e acabou derrotado por 3 a 1. No duelo, Alexandre Jesus teve dois gols anulados, que poderiam ter garantido o empate, e um validado.
Apesar dos resultados recentes e do setor ofensivo pouco eficiente como um todo, o atacante tem sido destaque desde que chegou ao clube. Emprestado pelo Fluminense até o fim da temporada, o atleta de 22 anos retornou, no sábado da última semana, à cidade onde tudo começou.
“Tirando a derrota, voltei para Belo Horizonte, minha família toda assistiu ao jogo e virou uma noite marcante para mim, fora pelos dois gols anulados, mas eu estava [impedido] mesmo. Feliz de marcar gol e mandar para a minha família. Uma noite marcante, que poderei contar para os meus filhos”, disse.
Revelado pelo Cruzeiro, em 2020, o mineiro de Nova Lima, na região metropolitana da capital do estado, trocou o mar de morros pelas ondas cariocas no ano seguinte, quando assinou com o Flu. As poucas chances, porém, levaram sua carreira a rumos que ele não imaginava e, no interior de São Paulo, o jogador vive sua melhor fase como profissional. São dois gols em sete partidas.
“Esse momento que estou vivendo agora, acho que é a primeira vez em sequência de jogos, principalmente no profissional. É um clube que abriu as portas para mim, me abraçou e me deu oportunidades. Muito feliz pelo momento que estou vivendo, mas acho que, para poder melhorar, precisa juntar todo mundo e conquistar uma sequência de vitórias”, afirmou o centroavante.
Por isso, ele sabe que precisa rapidamente mudar a atenção para o próximo compromisso se quiser ajudar o Bota a deixar a briga contra a Série C. O adversário paraense vive uma fase ainda pior que a dos ribeirão-pretanos: são quatro jogos sem ganhar, com três derrotas e um empate. Na última rodada, o Paysandu sofreu um revés por 3 a 0 diante do Santos, em Belém (PA).
“A gente sabe da responsabilidade que tem. É um jogo em casa, que a gente tem de se impor, mandar no jogo mesmo. Sabemos que é uma equipe qualificada, um time bom, mas a gente sabe a importância da vitória para a gente, é muito importante para dar sequência”, acrescentou Alexandre Jesus.
O que pensa Paulo Gomes
De acordo com o treinador, a busca pela sequência de resultados citada pelo centroavante tem sido um dos principais desafios para o Tricolor nesta Série B. A exceção até aqui foi o mês de junho, quando os botafoguenses derrotaram Santos, Vila Nova, Ponte Preta e Operário.
Agora, no Santa Cruz, o objetivo é retornar ao caminho dos triunfos e, quem sabe, iniciar uma nova boa fase. O problema é que, mesmo em casa, o Pantera não tem uma campanha vistosa. Na tabela dos mandantes, o time é apenas o 16º colocado.
“O grande desafio é tentar fazer uma série boa de jogos, pontuando. Vínhamos de dois resultados importantes: um empate com o Avaí e uma vitória em casa contra o Coritiba. Fomos [a Belo Horizonte] com o objetivo de ganhar. Percebemos que é um campo extremamente difícil de arrancar pontos e não conseguimos o nosso objetivo. O próximo jogo, contra o Paysandu, será importante e temos de vencer em casa”, destacou.
Outra dificuldade para a comissão técnica tem sido encontrar equilíbrio entre a Copa Paulista, que vale uma vaga na Copa do Brasil do ano que vem, e o Brasileiro. Neste fim de semana, por exemplo, Paulo Gomes e seu auxiliar, Alexandre Faganello, tiveram de “quebrar a cabeça” para escalar as equipes, já o Bota enfrentou a Francana no sábado e tem o confronto com o Papão no domingo.
Apesar disso, a instabilidade dentro de campo tem acompanhado o trabalho de Gomes desde sua chegada, no final do ano passado, antes mesmo da divisão de atenção com o torneio estadual. Em 2024, a campanha tricolor tem 36 jogos, dez vitórias, 11 empates e 15 derrotas. Para solucionar essa questão, o técnico acredita na importância do respaldo da diretoria, já comprovado em momentos de crise.
“A continuidade do trabalho é importante porque quem está aqui há mais tempo conhece os jogadores. Mas, como tudo na vida, se tiver de haver trocas, tem de haver trocas. (…) O que eu penso é que, quando há uma confiança no trabalho que se faz no dia a dia, não há motivos para que se faça essa troca. Por outro lado, em outras situações, isso acontece porque o processo de trabalho não está correto, as pessoas percebem isso e é necessário fazer a troca. Da minha parte, está tudo tranquilo.”
Escalação
Na história, Botafogo e Paysandu se enfrentaram oito vezes, em um confronto marcado pelo equilíbrio. São três vitórias paulistas, dois empates e três triunfos paraenses. A última vez que o Pantera levou a melhor, contudo, foi há quase 24 anos, em 2000. No último encontro, em abril, pelo primeiro turno da Série B, empate em 1 a 1 no Mangueirão.
Para voltar a bater o tradicional adversário nortista, Paulo Gomes não terá uma peça importante. Suspenso por receber o terceiro cartão amarelo contra o América, o atacante Douglas Baggio é desfalque certo.
“A gente sabe que o Baggio é um atleta fundamental, uma peça importante para o grupo e para o time, um cara de extrema qualidade. Também temos outros jogadores de qualidade, que o Paulo vai perceber. Ele vai saber quem colocar, qual formação, então vamos deixar para ele fazer a melhor escalação e o melhor trabalho para sairmos vitoriosos”, comentou Alexandre Jesus, que fez dupla com Baggio na Arena Independência.
Jonas Toró, com lesão muscular, ficou de fora da última rodada e pode perder mais este jogo, assim como Alex Sandro e Matheus Costa.
Uma provável escalação tem: João Carlos; Lucas Dias, Fábio Sanches e Bernardo Schappo; Negueba, Matheus Barbosa, Gustavo Bochecha (Fillipe Soutto), João Costa e Patrick Brey; Alexandre Jesus e Bruno Marques.