Por Hugo Luque
O Botafogo foi dominado e acabou goleado por 4 a 1 pelo Ceará, na noite desta quinta-feira, na Arena Castelão, pela 17ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O resultado estaciona na zona de rebaixamento o Pantera, que ampliou para seis o número de jogos sem vencer.
Logo de cara, o Tricolor sofreu com a velocidade e a disposição do adversário, que contou com o apoio de sua torcida para pressionar e praticamente definiu o confronto em 32 minutos. A equipe ribeirão-pretana ainda esboçou uma reação pouco antes do intervalo, com gol de Alexandre Jesus, mas não concretizou no segundo tempo e acabou derrotada novamente.
O técnico Paulo Gomes tem sofrido com desfalques, como o lateral-direito Wallison e o centroavante Alex Sandro, artilheiro do time no ano. No entanto, o fato de a última vitória botafoguense ter sido há mais de um mês não é justificado apenas pelas ausências de atletas.
Algumas escolhas do treinador, como a escalação do goleiro Michael, mesmo com João Carlos de volta ao banco, a manutenção de Matheus Costa improvisado na lateral-direita e Toró como centroavante titular pesaram para a derrota. Da mesma forma, a postura tricolor, desde o início, facilitou a vida do Vozão.
Estacionado na 17ª colocação, o Botafogo soma 18 pontos, mesmo número do Brusque, que encostou na tabela e já ameaça ultrapassar os paulistas. Ambos estão a um ponto da Chapecoense, primeira equipe fora do Z-4.
O próximo compromisso do Bota pela Série B é contra o Avaí, terça-feira, às 21h, na Ressacada. Antes disso, o time alternativo entra em campo pela Copa Paulista diante do Monte Azul, neste sábado, às 15h, fora de casa.
O jogo
O Ceará dominou o jogo desde o apito inicial e desenvolveu seus ataques pelo lado direito, onde foi escalado, mais uma vez, o zagueiro Matheus Costa improvisado como lateral. Os três gols marcados em pouco mais de 30 minutos vieram por aquele lado. A goleada poderia ter sido sacramentada ainda na etapa inicial, mas o time nordestino teve um gol anulado por impedimento, aos 18, também pela direita.
Era um sinal do que estava por vir logo depois. Mais precisamente três minutos mais tarde, Lourenço bateu falta para o baixinho Pulga, na esquerda do ataque, que anotou de peixinho, livre de marcação. Abalado pela bola na rede, o Pantera deu bobeira mais uma vez, aos 23 minutos, e Saulo Mineiro finalizou por baixo de Michael para ampliar. Aos 32, foi a vez de Aylon, sozinho, fazer mais um.
Um princípio de reação visitante veio quando Toró deixou o posto de centroavante, recebeu a bola pela esquerda e cruzou para Alexandre Jesus, de cabeça, vencer o goleiro e marcar seu primeiro gol pelo clube. Ainda deu tempo de João Costa arriscar de fora e levar muito perigo. Se tivesse entrado, a história poderia ter sido outra na volta do vestiário.
Mas não foi. Atrás no placar, Paulo Gomes decidiu tirar o meia-atacante Gustavo Bochecha para colocar em campo o volante Carlos Manuel. Na mesma leva de alterações, Patrick Brey entrou para a saída de Douglas Baggio. Se a estratégia era fortalecer a marcação para evitar mais gols, as mudanças impediram o Pantera de desenvolver seu ataque e pouco melhoraram a retaguarda.
Aos oito, Aylon recebeu de Saulo para marcar o quarto, mas ficou no quase. No minuto seguinte, mais um gol do Ceará: Saulo, em noite inspirada, recebeu na entrada da área, fez o pivô e rolou para trás, onde estava o volante Lourenço, que bateu firme, no canto, e contou com o morrinho artilheiro para confirmar a goleada.
Contra as cordas e sem poder ofensivo, a equipe visitante buscava apenas evitar que o placar ficasse ainda mais elástico. O criticado Michael foi acionado algumas vezes. Aos 22, Matheus Bala bateu, mas o goleiro fez uma boa defesa. Na sobra, foi a vez de Aylon obrigar o arqueiro a evitar o quinto.
Com a partida controlada, o Ceará reduziu seu ímpeto na metade final da etapa complementar e permitiu alguns ataques do Tricolor. A falta de criatividade na hora de enfrentar a defesa rival, porém, fez com que nenhuma outra chance clara fosse criada.