O Botafogo surpreendeu a todos na última quinta-feira (1), véspera do feriado prolongado de Páscoa, e anunciou a demissão do técnico Alexandre Gallo. No mesmo dia, o Tricolor oficializou a chegada de Argel Fucks para a sequência do Paulistão.
Responsável pelo futebol do Pantera, Paulo Pelaipe falou sobre a saída de Gallo e reiterou que a diretoria não poderia ficar “omissa” ao péssimo desempenho do clube no estadual.
“A mudança se deve em função das nossas observações do dia a dia, do trabalho e dos resultados. Nós não podemos ficar passivos, omissos no trabalho que desenvolvemos. Por isso houve a mudança. Vimos que precisávamos tomar essa medida para que o Botafogo reagisse na competição, não poderíamos esperar mais duas, três rodadas, para aí no desespero fazer a mudança. Fizemos essa troca em função dos resultados, que não apareceram, a posição na tabela não é boa e o dirigente não pode ficar esperando que as coisas aconteçam. Temos que colocar o peito na frente e agir”, afirmou Pelaipe.
Entretanto, apesar da citada necessidade, a mudança expõe um dos problemas mais claros da gestão S/A, a alta rotatividade de profissionais. Apesar de um discurso quase que homogêneo dos mandatários da empresa sobre trabalhos a longo prazo, o que se vê no Botafogo é um looping de erros e demissões.
Argel Fucks é o oitavo técnico que trabalha no Pantera na gestão da BFSA. Antes dele, Léo Condé, Roberto Cavalo, Hemerson Maria, Wagner Lopes, Claudinei Oliveira, Moacir Júnior e Alexandre Gallo comandaram a equipe desde a formatação da empresa, em maio de 2018.
O alto índice de mudanças de profissionais no clube já foi alvo de criticas do mandatário da S/A, Adalberto Baptista. Mesmo assim, as constantes reformulações de elenco e trocas de treinadores não pararam. A última vez que o Pantera terminou uma competição sem demitir um técnico foi na Série C de 2018, quando Léo Condé era o comandante. Em todos os campeonatos seguintes, o Botafogo começou com um técnico e terminou com outro.
Mercado rotativo
Apesar de o número parecer bastante elevado, não é só o Botafogo que demite. Adversários que disputaram competições equivalentes ao Pantera nos últimos anos como Ponte Preta e Guarani também registraram alta rotatividade no comando técnico.
No mesmo período em que o Tricolor teve oito treinadores a frente de sua equipe, o Bugre teve exatamente o mesmo número de técnicos. Umberto Louzer, Osmar Loss, Vinicius Eutrópio, Roberto Fonseca e Thiago Carpini estão entre os profissionais que passaram pelo clube.
Já a Ponte Preta também teve oito comandantes. Entretanto, a Macaca realizou 10 trocas – Gilson Kleina e João Brigatti tiveram duas passagens cada neste período. Por conta do número elevado de demissões de técnicos no futebol brasileiro, a CBF, junto com os clubes, limitou o número de trocas de técnicos em seus campeonatos.