O Coro Cênico Bossa Nossa está de volta para apresentar o espetáculo “Se não for para me fazer voar bem alto nem tire meus pés do chão”. Desta vez, as apresentações acontecem em quatro cidades da região. A primeira delas será na próxima sexta-feira, 4 de maio, em São Simão. No sábado (5), será a vez de Sertãozinho e, no dia 18, em Serrana. Ribeirão Preto vai fechar turnê, em 25 e 26 de maio, sexta-feira e sábado. Todas as apresentações são gratuitas e foram contempladas no edital do Programa de Ação Cultural (ProAC) do governo de São Paulo.
Participam do “Se não for para me fazer voar bem alto nem tire meus pés do chão” sete cantores e cantoras que interpretam músicas de grandes nomes da MPB, como Chico Buarque, Itamar Assumpção, João Bosco e Aldir Blanc, Pedro Luís e Carlos Rennó, Lupicínio Rodrigues, Lenine, Francisco Alves e Nilton Barros, Dolores Duran e até Mamonas Assassinas.
Magno Bucci, diretor cênico do grupo Bossa Nossa, explica que foi durante uma pesquisa – que durou mais de três anos – que o grupo buscou cantar o homem e a mulher em algumas situações de amor e desamor, inclusive abrangendo as novas relações humanas não convencionais. “A escolha do tema passou por crivos de toda ordem para assegurar a difusão do trabalho e também a qualidade e excelência do produto artístico musical”, revela.
Segundo Magno Bucci, a escolha do repertório foi pensada cuidadosamente para reunir compositores que tiveram a sensibilidade em retratar a relação afetiva do ser humano com poesia, transformando assim, muitas vezes, a dor da separação ou da perda em canto. Em outros momentos o humor também é usado para retratar essas situações. “São essas situações, e seus desdobramentos, que interessa apresentar artisticamente. Cantar a relação em vários tons, em vários momentos, em diferentes ocasiões”, explica Bucci.
O espetáculo – A proposta não é contar uma história linear de sonhos, romanceada, em que homem e mulher se conhecem, namoram, casam e pouco tempo depois pequenas brigas geradas pela convivência se instala, para depois navegarem por um “mar de rosas”. Tudo dentro de uma alternância que, em muitas vezes, torna-se perene, outras se rompe – drástica, serenamente ou ressentida. “Incompatibilidades que se revelam para depois evoluírem para fases mais agudas, decepcionantes, infiéis”, mostra o diretor.
“Se não for para me fazer voar…” tem início com o coro em uma discussão fora de cena, entre homens e mulheres. O coro entra em cena, posiciona-se e começa a cantar “Luzia”, de Itamar Assumpção, na sequência dessa ação litigiosa, começa “Valsa Brasileira”, de Chico Buarque – uma ode autêntica, oposta à primeira canção. Em seguida canta-se “Fogo e Gasolina”, de Pedro Luís e Carlos Rennó – um retrato da relação e da atração.
“Vale dizer que a concepção do espetáculo, em nenhum momento, pensou em tornar o produto uma guerra dos sexos, opor homem e mulher, ou qualquer outra formação de casais”, mostra Magno Bucci. Segundo ele, o foco é na relação, independe de quem ama mais, quem é o maior traidor, quem é o mais maduro na relação.