Uma média de um filhote por dia é deixado no Bosque Municipal e Zoológico Fábio Barreto de Ribeirão Preto. Somente no ano passado foram 356 dos quais a maioria é de periquito-de-encontro-amarelo, gambá de orelha branca, sagui, pombo de bando, maritaca, bem-te-vi, tucano toco, corujas e gaviões carijós.
Recolhidos pela população, pela Polícia Ambiental ou pelo Corpo de Bombeiros quando chegam ao Bosque eles são avaliados no berçário e se tiverem algum ferimento ou demonstrarem alguma dificuldade para se alimentar ou locomover, são transferidos para o ambulatório veterinário. Nos dois locais recebem cuidados alimentares e higiênicos, mantidos aquecidos e recebem supervisão contínua.
Depois que crescem são novamente avaliados sobre a possibilidade de serem devolvidos à natureza. Poucos não podem ser transferidos para locais onde serão reabilitados para soltura. Dos animais que ficaram por lá e se transformaram em unanimidade entre os funcionários e os visitantes, está o tamanduá mirim, apelidado de Bolota, que chegou bem novinho e tornou-se o xodó de todos. Hoje já é pai de dois filhotes.
Inaugurado em 1948, o Bosque possui uma área de 216 mil m², que conta com grande terreno de mata nativa, mirante, além de recintos com animais nativos e exóticos, dentre eles aves, mamíferos, répteis e peixes.
Atualmente, o zoológico possui 140 espécies de animais, sendo que os mais procurados nas visitas são: elefante, leão, onça, urso, serpentes, peixes e primatas. Ao todo, o bosque conta com um plantel de 600 animais, já tendo chegado, em seu auge, em aproximadamente 1 mil animais.
Campanha
Este mês o zoológico lançou a campanha “Proteja sua casa, ajude a natureza”, para tentar reduzir o número de filhotes de maritacas que nascem anualmente nos telhados de casas e empresas.
O objetivo é evitar que os pais, periquitões maracanãs, façam ninhos com itens inadequados, encontrados nas lajes e forros das residências, como fios de energia, que podem trazer problemas futuros para os filhotes e para os moradores.
“Essa espécie costuma fazer ninhos utilizando fios de telefone e outros tipos de fios, podendo destruir a fiação dos imóveis”, explica o diretor do Bosque, Alexandre Carvalho.
Para os filhotes, a situação é ainda pior. “Os filhotinhos chocados nesse tipo de ninho feito com fios inadequados, como de telefone e linhas de cerol de pipas, muitas vezes enroscam suas patas nos fios. À medida que crescem, os fios apertam suas patas e provocam cortes e amputações que mutilam as aves”, explica o diretor.
Além de se machucarem, as aves que nascem e crescem dentro das residências também perdem a chance de aprenderem a voar com seus pais e, por isso, muitas não conseguem se adptar na natureza, tendo que viver em cativeiro. Somente no começo desse ano, o Bosque já recebeu 10 filhotes de maritacas.
O diretor do Bosque explica que as medidas são simples. “É só fechar as frestas e aberturas dos telhados das casas e imóveis. Orientamos também que as pessoas verifiquem as torres de caixas d’água dos prédios e das escolas”, orienta.
Essas medidas também contribuem para a preservação dos patrimônios, pois evita a entrada de ratos, gambás e morcegos nos imóveis.