Semana passada foi a do meio ambiente. Até que enfim Salles (o da “boiada” e dos madeireiros da Amazônia) caiu; não foi em nome da moralização, só para melhor posicionar sua defesa no Supremo. Como outros (já se foram) deixou maus exemplos, que custarão muito a nós e perante o mundo, por muito tempo; vá, antes tarde que nunca!
Por aqui fala-se em terceirizar os parques da cidade: leia-se, entregá-los à exploração econômica, deve ter gente querendo faturar. Certo é, primeiro (por lei) criar os projetos, definindo a sua exploração, um a um, preservando-os conforme a vontade popular antes das entregas, depois é tarde e só conversa mole.
A propósito, qual o futuro do Bosque “Fábio Barreto”? Hoje é mínima a arborização: obras do Teatro Municipal, Teatro de Arena, Casa da Cultura, Hospital Santa Lydia, estações de TV e abertura da rua Capitão Salomão(ao redor) reduziram a mata do que era bosque; localizava-se na periferia(a cidade acabava ali); agora é só um zoológico, avizinha-se aos imóveis residenciais, inexistentes naquela região no começo do século passado, quando criado (a cidade cresceu). Há riscos à população. Já houve fuga de onça e bêbado que caiu no tanque das onças. Falta segurança!
Na época do Fábio Barreto(1948) não era esta a Ribeirão das nossas vidas; ali instalaram a Escolinha de Artes (do Professor Palocci), o parque infantil, as canchas de bochas, num outro contesto de lazer, recreação. Poucos o visitam, fechado sábado e domingo: por que? O Google desanima: sem estacionamento, nem praça de alimentação. Faltam obras e marketing!
Há anos o ex-Bosque está em transição, resistindo aos impulsos da economia exploratória. Já teve até casa noturna (restaurante dançante, bailando a madrugada toda) de quinta feira a domingo; incompatível com o ambiente (silencioso) necessário aos animais, também para os dos cativeiros (não dormiam, andavam sem parar na jaula).
Desprezado, o ex-Bosque suportou episódios trágicos, como o do churrasquinho das cotias, abatidas pelos seus cuidadores (funcionários) e saboreadas numa festiva no local de trabalho. Denunciado, o prefeito mandou processar os fanáticos por espetinho de cotias. A chefia do ex-Bosque foi trocada, nomeou-se um dos servidores de carreira com o melhor conceito, administrador enérgico, disciplinador, controlador (socorria a Prefeitura onde preciso).
Churrasqueiros repugnáveis foram afastados. Festivos que sobraram reagiram solidários aos colegas; armaram uma emboscada para o novo chefe, que caiu num buraco coberto com palhas e, traído, o idoso quebrou a perna, falecendo logo depois. Duarte Nogueira, o saudoso pai, enfrentou a crise com rigidez, de forma exemplar, era o seu perfil.
A concepção inicial (1937) do então Bosque(parte viva da história de Ribeirão) precisa, urgentemente,ser rediscutida antes que a sua área acabe nas mãos de um ambientalista qualquer, de fachada (tipo Salles, que vive na Av. Paulista e está desempregado… perigo!) e se transforme no “Condomínio do Bosque”, agrupando torres de edifícios comerciais/residenciais ou um novo “trio” (os muros não existem mais, já caíram, amarraram cerca). Prefeito que não tiver coragem, se omitir, hoje encerra carreira e deve se mudar de Ribeirão, nem pra Brasília irá, os tempos são outros.