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Bonfim Paulista – Mutirão recolhe 2,53 toneladas de entulho

FL PITON/ CCS

Durante o mutirão de combate ao mosquito Aedes aegypti – mos­quito transmissor dos vírus da doença e também do zika vírus e das febres chikungunya e amarela (na área urbana) –, realizado no distri­to de Bonfim Paulista, na manhã de sábado, 29 de junho, foram reco­lhidos 2.530 quilos de entulho. A ação foi organizada pelo vereador Marinho Sampaio (MDB) em conjunto com trabalhadores da Divisão da Vigilância Ambiental em Saúde, Unidade Básica de Sáude (UBS) Mamoro Kobayashi, parceiros da iniciativa privada e voluntários.

Mais de 125 pessoas se dividiram em equipes para visitar 2.492 imóveis nos bairros Centro, San Leandro, Jardim Emília e Bom Jesus. Os materiais descartados – como pneus, latas, garrafas, caixas, ma­teriais de construção e até piscinas e eletrodomésticos – encheram onze caminhões que foram cedidos por empresas parceiras. Apesar da necessidade urgente de mudança de atitude da população para evitar que mais gente fique doente, muitos munícipes não colaboram e impedem que os agentes vistoriem os imóveis.

Das 2.492 casas e comércios visitados no distrito, 940 ficaram com as portas fechadas (32%) e em doze os proprietários recusaram a orientação dos trabalhadores (0,4%). “Quem nos procurou bus­cando ajuda para realizar o ‘arrastão’ foi a equipe da UBS em razão do crescimento no número de casos no distrito. Foi um mutirão muito importante, mas é o cuidado semanal, dentro da casa da gente, no local de trabalho, na rua, que vai fazer toda diferença. O mosquito não escolhe vítima e muita gente já morreu, temos que prevenir”, conclui o vereador.

“Quero agradecer a cada pessoa que nos ajudou para o sucesso desse mutirão. Esse ano, mesmo nessa época de menos chuva, os moradores de Ribeirão Preto e Bonfim Paulista estão enfrentando uma epidemia de dengue, além das outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O único caminho é eliminar os criadouros, a responsabilidade é de todos nós”, destaca Sampaio.

Desde 1º de janeiro e até a última segunda-feira, 1º de julho, Ribei­rão Preto havia registrado 8.539 casos de dengue, 8.335 a mais do que os 204 do primeiro semestre de 2018, alta de 4.085%, cerca de 42 vezes superior em 181 dias de 2019. Os dados são Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). A cidade também já tem duas mortes por dengue hemorrágica confirmadas e cenário de epidemia. A população deve ficar atenta porque em 80% dos casos o criadouro do vetor está dentro de casa.

Neste ano, dentre as já anunciadas vítimas do Aedes aegypti – mos­quito transmissor dos vírus da doença e também do zika vírus e das febres chikungunya e amarela (na área urbana) –, 2.295 são da Zona Leste, mais 2.244 da Norte, 1.915 da Oeste, 1.155 da Central, 855 da Sul e 75 sem identificação de distrito. Há ainda 20.155 casos sob inves­tigação. A média é de 47 novos pacientes por dia. Parte é do sorotipo 2, que é mais forte e contra o qual a população não está imune.

O número de vítimas do Aedes aegypti na cidade em 181 dias deste ano já é 3.050% superior ao total do ano passado, quando Ribeirão Preto contabilizou 271 ocorrências – são 8.268 pacientes a mais em 2019, ou quase 31 vezes superior. Neste ano, Ribeirão Preto registrou 242 casos de dengue em janeiro, 623 em fevereiro, 1.553 em março, 3.757 em abril, 2.063 em maio e 301 em junho. Em 2018, foram 45 ocorrências no primeiro mês, 37 no segundo, 28 no terceiro, 42 no quar­to, 35 em maio, 17 em junho, onze em julho, cinco em agosto, um em setembro, seis em outubro, cinco em novembro e 38 em dezembro.

No ano passado, das 271 pessoas contaminadas pelo vetor, 90 eram da Zona Leste, mais 73 na Oeste, 51 na Norte, 37 na Sul e 19 na Central, além de um caso sem identificação do distrito. Em 2017, foram registrados 246 casos, o volume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 registros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor registro de casos ocorreu em 2012, com 317.

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