O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, decidiu acatar um pedido da ala do Patriota contrária à filiação de Jair Bolsonaro (sem partido) e afastar Adilson Barroso do comando do partido. A decisão é passível de recurso, mas já significa um revés para o presidente, que quer se filiar à sigla para lançar sua candidatura ao segundo mandato.
“Foram anuladas todas as atitudes dele (Adilson Barroso), que nós chamamos de irregulares. Estão voltando todos os delegados (afastados pelo presidente) e contrários a filiação de Bolsonaro), está afastando Adilson e Ovasco Resende assume a presidência”, afirmou Jorcelino Braga, secretário-geral do Patriota.
Uma convenção nacional do Patriota decidiu, no dia 24 de junho, afastar por 90 dias Adilson Barroso da presidência do partido. A reunião foi convocada pelo vice-presidente da sigla, Ovasco Resende, que assume o comando de forma interina. A mudança ocorre no momento em que o presidente Jair Bolsonaro negocia a filiação à legenda para lançar sua campanha à reeleição. Barroso é a favor da entrada de Bolsonaro no partido e Resende, contra.
Adilson Barroso é acusado de promover duas convenções nacionais irregulares, a última em 14 de junho, em Barrinha, cidade da Região Metropolitana a cerca de 40 quilômetros de Ribeirão Preto. O ex-deputado estadual era vereador barrinhense até o ano passado. Uma ala do Patriota contestou a validade dos encontros por delegados da Executiva Nacional terem sido trocados
A articulação de Bolsonaro para se filiar ao Patriota e controlar diretórios estratégicos deflagrou uma guerra entre correligionários. Resende diz que Bolsonaro está exigindo o comando dos diretórios do partido em São Paulo, Rio e Minas Gerais, os três maiores colégios eleitorais do país. Desde que deixou o PSL, em novembro de 2019, o presidente procura uma sigla para abrigar sua candidatura a um novo mandato, em 2022. Tentou montar o Aliança pelo Brasil, mas a empreitada não deu certo.