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Bolsonaro sonda exílio

Quem tem não cede a ninguém. Não há pra venda nos shoppings chiques, nas feiras livres, nem no comércio de rua. Não se consegue comprar: “saco roxo”, beijo de língua e casamento com selo de garantia. Ah, tem outra: sorte, para a vida toda. Essa, quem tem, tem. Prêmio de Deus! Mas não abuse, pode dar errado, se for projeto audacioso. O “nosso Presidente” (desculpe, o dos brasileiros) exagerou: ficou quase trinta anos roncando nas poltronas (confortáveis, é claro) da Câmara dos Deputados e, de repente, acordou presidenciável.

Ninguém acreditava, por não se levar a sério o que falam no “baixo clero”. Foi esfaqueado, na barriga (sorte!), sobrevi­veu. Escapou dos debates, mas rompeu com a “noiva” (nave de prata) no dia do possível casamento: atacou a memória do chefão, bateu boca no Jornal Nacional, ferrou-se para sempre! Eleito, continuou abusando da sorte: criticou os políticos, prometeu governo novo (diferente, não); muitos entenderam que era mesmo o “messias”, na verdade só o Jair, Bolsonaro.

Na pandemia fez juras de uma “gripezinha”, deu as costas à ciência e, neste seu penúltimo ano, caminhamos para 500 mil mortos. Piorou! Nem observou que a sorte é parente da política, tem DNA igual: oportunista, vingativa, traiçoeira. E agora, José? (Ou melhor, “seu” Jair.) Abraçou-se ao líder dos americanos e se lançou fiel escudeiro: deu errado lá, aqui também. Trump caiu e o Brasil não tem padrinho; nem veio a sobra das vacinas deles. O tempo passa!

Políticos experientes apontam o meio do mandato como o momento mais valioso para quem quer se reeleger. O marco do “seu” Jair ficou pra traz. Acumulou desencontros com a Justiça, invadiu o STF, desprotegeu a Amazônia, ignorou as queimadas, falou mal da mulher do Presidente francês – essas o mundo não aprecia.

“Seu” Jair, popularidade em queda, vem ano eleitoral, sem partido, aliou-se aos da velha política (quem criticou), se esperava. Para sobreviver adotou o “Centrão”, com agrados – eles gostam… Esqueceu o que falou. Nada melhorou: inflação em 7%. Assumiu com 12 milhões desempregados, hoje 15; com desiludidos, 20 milhões. E o “seu” Jair festeja 120 mil novos empregos. Absurdo! Voltará o que foi? Nunca!

Apoio dos filhos políticos despencou, comprometidos com “rachadinha”, compra de vacina, críticas à China e ga­binete do ódio. Ministros próximos do “seu” Jair (Itamarati, Saúde, Meio Ambiente) são “metralhados” pelo Supremo.

Agora o Senado apura (CPI) a mortandade de quase meio milhão (genocídio?), Manaus sem oxigênio e as culpas do “seu” Jair defendendo cloroquina e recusar vacina do Butan­tan. Mortos a mais! Exibe incompetência. Age no STF contra os isolamentos. Como terminará a CPI? Prisão? De quem? Será cassado?

Volta do Lula candidato (42% nas pesquisas), “seu” Jair (22%), Doria e Ciro por fora. Incomodou! E o som dos pro­testos nas ruas.

O bastante pro “Seu” Jair ver o degelo do seu iceberg. Futuro de riscos. “Se tem um olho, é rei.” Em maio, posse no Equador fez visitinha de “cordialidade”…(foi o único). Inteli­gente, de leve sonda exílio adequado, se precisar; é próximo do condomínio carioca, pra família visitar. É a cautela de quem vive perigosamente.

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