Em manifesto divulgado nesta terça-feira, 12 de novembro, o partido Aliança pelo Brasil é apresentado como o “sonho e a inspiração de pessoas leais ao presidente Jair Bolsonaro”. “Aliança é união e é força. E a Aliança pelo Brasil é o caminho que escolhemos e queremos para o futuro e para o resgate de um país massacrado pela corrupção e pela degradação moral contra as boas práticas e os bons costumes”, diz o manifesto.
Mais cedo, em reunião com deputados, o presidente anunciou que deixou o Partido Social Liberal (PSL) para criar a nova legenda. A ideia é colher por meio digital, em poucos meses, as cerca de 500 mil assinaturas exigidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tirar a sigla do papel até abril de 2020 e lançar candidatos às eleições municipais.
O manifesto diz que a “aliança” é com as “famílias, com as pessoas de bem, com os trabalhadores, com os empresários, com os militares, com os religiosos e com todos aqueles que desejam um Brasil realmente grande, forte e soberano”. O texto ressalta temas presentes no vocabulário do presidente Bolsonaro, como “Brasil soberano” e “ordem”. Bolsonaro espera levar cerca de 30 de 53 deputados do PSL ao novo partido, quando ele for criado.
O processo de formação do novo partido para abrigar a dissidência do PSL deverá ocorrer no dia 21, em Brasília. Na reunião não foi definido se Bolsonaro assumirá a liderança da nova sigla. Presente ao encontro, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou que, embora não tenha sido acertado, o natural é que ele assuma também a presidência da nova sigla. “Acho o mais óbvio que ele assuma. Todas as pessoas ficariam mais tranquilas.” Por enquanto, a ideia é de que a executiva do partido tenha 15 integrantes. Zambelli afirmou que, neste momento, cerca de 25 parlamentares do PSL estariam dispostos a ir para o novo partido. “O partido é do presidente Bolsonaro e das pessoas que são fiéis ao que ele sempre defendeu.” “Haveria ainda outros dez parlamentares de outros partidos também interessados em ir para o Aliança pelo Brasil”.
Políticos que deixarem o PSL, afirmou a deputada, estão conscientes de que perderão tempo na TV, fundo partidário. Mas, para a deputada, esse é um fato menor. Ela argumenta que muitos dos políticos do PSL se elegeram sem essas condições e com financiamentos de campanha por meio de “vaquinhas”. Algo que, de acordo com ela, poderá ser resgatado.