Tribuna Ribeirão
Política

Bolsonaro sai do PSL e lança novo partido

ANTONIO CRUZ/AG.BR.

Em manifesto divulgado nesta terça-feira, 12 de novem­bro, o partido Aliança pelo Brasil é apresentado como o “sonho e a inspiração de pes­soas leais ao presidente Jair Bolsonaro”. “Aliança é união e é força. E a Aliança pelo Brasil é o caminho que escolhemos e queremos para o futuro e para o resgate de um país massacra­do pela corrupção e pela de­gradação moral contra as boas práticas e os bons costumes”, diz o manifesto.

Mais cedo, em reunião com deputados, o presidente anun­ciou que deixou o Partido So­cial Liberal (PSL) para criar a nova legenda. A ideia é colher por meio digital, em poucos meses, as cerca de 500 mil assi­naturas exigidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tirar a sigla do papel até abril de 2020 e lançar candidatos às eleições municipais.

O manifesto diz que a “aliança” é com as “famílias, com as pessoas de bem, com os trabalhadores, com os em­presários, com os militares, com os religiosos e com to­dos aqueles que desejam um Brasil realmente grande, forte e soberano”. O texto ressalta temas presentes no vocabu­lário do presidente Bolsona­ro, como “Brasil soberano” e “ordem”. Bolsonaro espera le­var cerca de 30 de 53 deputa­dos do PSL ao novo partido, quando ele for criado.

O processo de formação do novo partido para abrigar a dissidência do PSL deverá ocorrer no dia 21, em Brasí­lia. Na reunião não foi defi­nido se Bolsonaro assumirá a liderança da nova sigla. Pre­sente ao encontro, a deputa­da Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou que, embora não tenha sido acertado, o natu­ral é que ele assuma também a presidência da nova sigla. “Acho o mais óbvio que ele assuma. Todas as pessoas fi­cariam mais tranquilas.” Por enquanto, a ideia é de que a executiva do partido te­nha 15 integrantes. Zambelli afirmou que, neste momen­to, cerca de 25 parlamenta­res do PSL estariam dispos­tos a ir para o novo partido. “O partido é do presidente Bolsonaro e das pessoas que são fiéis ao que ele sempre defendeu.” “Haveria ainda outros dez parlamentares de outros partidos também interessados em ir para o Aliança pelo Brasil”.

Políticos que deixarem o PSL, afirmou a deputada, es­tão conscientes de que perde­rão tempo na TV, fundo par­tidário. Mas, para a deputada, esse é um fato menor. Ela argumenta que muitos dos políticos do PSL se elegeram sem essas condições e com financiamentos de campa­nha por meio de “vaquinhas”. Algo que, de acordo com ela, poderá ser resgatado.

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