Tribuna Ribeirão
Política

Bolsonaro responderá ao Patriota em 15 dias

REDES SOCIAIS/REPRODUÇÃO

Em busca de um partido para disputar novo mandato em 2022, o presidente Jair Bol­sonaro recebeu na terça-feira, 1º de junho, o presidente do Patriota, Adilson Barroso, no Palácio do Planalto. Ele fun­dou a sigla e a comanda direto de Barrinha, na Região Metro­politana de Ribeirão Preto. Diz esperar “com muita honra” a filiação do chefe do Executivo e afirmou que ele se compro­meteu a dar uma resposta so­bre o convite em 15 dias.

A conversa ocorreu um dia após o senador Flávio Bol­sonaro (RJ) assinar a ficha no Patriota. Embora nos bastido­res a ida de Bolsonaro para o Patriota seja dada como prati­camente certa, Barroso afirma que as negociações não ter­minaram e o presidente ainda vai ouvir aliados. A conversa no Planalto durou cerca de 20 minutos. O dirigente disse que não entregará o comando da legenda para Bolsonaro, a quem definiu como “parceiro”.

“Tenho certeza de que o pre­sidente vai falar: ‘Quero o Adil­son. Ele sabe pilotar esse avião, que é o Patriota'”, declarou Bar­roso. “Se ele pedir a presidência nacional do partido, vai pôr quem? Ele não vai querer ser. Além de tudo, ele é fiel, parcei­ro, não precisa tomar o partido, não. O partido é de nós todos.”

Apesar das declarações de Barroso, Bolsonaro já tentou ter o controle da direção na­cional do Patriota, em 2017. À época, essa condição foi justa­mente o motivo que emperrou a sua filiação e o fez migrar para o PSL, sigla pela qual se elegeu presidente, em 2018.

Barroso, porém, culpou o ex-ministro Gustavo Bebian­no, morto em março do ano passado, pelo episódio. “Nunca foi ele (Bolsonaro) que quis me tirar da presidência nacional do partido, pois sempre con­fiou em mim. Foi o Bebianno que partiu para cima de tudo que é jeito porque ele queria ser presidente do partido, tanto que ele foi presidente do PSL.”

Flávio se filiou na segunda­-feira, 31 de maio, ao Patriota e indicou que seu pai, em cam­panha pela reeleição, seguirá o mesmo caminho. Essa possibi­lidade, no entanto, já provocou racha interno na sigla. Inte­grantes do partido entraram com ação no Tribunal Supe­rior Eleitoral (TSE) alegando que mudanças promovidas às pressas no estatuto da legenda tiveram como único objetivo beneficiar a família Bolsonaro.

A ação enviada ao TSE é as­sinada pelo vice-presidente do partido, Ovasco Resende, pelo secretário-geral, Jorcelino Bra­ga, e outros seis integrantes da sigla. “Sabendo-se que o presi­dente da República Jair Bolso­naro busca acomodar diversos apoiadores e mandatários, compete à convenção nacional do Patriota decidir democrati­camente se o partido terá can­didatura presidencial própria em 2022 e, em caso positivo, se é vontade da maioria que o candidato seja o presidente da República e que seus apoiado­res ocupem posições no Pa­triota”, diz trecho da ação.

“Juntos”
Flávio Bolsonaro deixou, na semana passada, o Republi­canos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. O senador elogiou a legenda e disse ter certeza de que todos vão “caminhar juntos” para a campanha de 2022. Já Bolso­naro saiu do PSL, em novem­bro de 2019, em meio a brigas internas.

Após ter anunciado a cria­ção do Aliança pelo Brasil, porém, o presidente não con­seguiu reunir as 491.967 assi­naturas necessárias para tirar a legenda do papel. Após a briga no PSL, ele negociou a entra­da em nove partidos, mas, até agora, nenhum aceitou lhe dar carta-branca. Para se filiar, o presidente exige ter influência sobre a executiva nacional e o controle dos diretórios e do caixa da legenda.

MBL reage
Após assumir o comando do Patriota em São Paulo com “porteira fechada”, em 2020, a cúpula do Movimento Brasil Livre (MBL) decidiu avaliar se era o caso de bater em retirada. Reunião que estava prevista para anteontem à noite tinha como pauta definir o que fazer caso a legenda aceite abrigar a família Bolsonaro.

“Não existe a possibilidade de estarmos juntos no mesmo projeto político. A entrada do Flávio (Bolsonaro) ao partido foi terrível”, diz o deputado estadual Arthur do Val, o “Ma­mãe Falei”, sobre a filiação do senador, anunciada anteon­tem. Do Val teve 522.210 votos (9,79%) na disputa pela prefei­tura, no ano passado, e se cre­denciou para disputar o gover­no paulista no ano que vem.

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