O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 11 de novembro, que tratará sobre a sua saída do Partido Social Liberal (PSL) em reunião no Palácio do Planalto na tarde desta terça-feira, 12 de novembro, com parlamentares da legenda. Ainda segundo o presidente, não está definido que “Aliança pelo Brasil” será o nome do partido que ele pretende tirar do papel.
“Não está certo nada ainda. Para depois vocês não falarem que recuei. Tenho de tomar conhecimento do que está acontecendo amanhã, para poder informar”, afirmou Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada. O presidente enviou mensagem nesta segunda-feira a parlamentares aliados no grupo de Whatsapp “Time Bolsonaro”, informando apenas horário e local de uma reunião: 16 horas, no Palácio do Planalto.
Apesar de não ter especificado o assunto, deputados convidados acreditam que Bolsonaro anunciará a sua saída do PSL. A saída seria desfecho depois de uma crise que tomou os holofotes da política nacional no último mês. O presidente poderia levar com ele quase a metade da bancada do PSL na Câmara, composta por 53 deputados, caso não houvesse entraves jurídicos que podem implicar na perda dos mandatos.
O líder da bancada do PSL na Câmara, deputado Eduardo Bolsonaro (SP), disse que é provável que o pai anuncie hoje sua saída do partido. “Não sei se é isso que ele vai fazer. Eu acho provável? Acho provável. Agora, quem der um furo desse, eu não posso confirmar. O que tudo indica é que sim, mas a gente vai ver. A gente vai bater um papo com a maioria da bancada dos deputados do PSL para ver como vai ficar essa situação”, afirmou Eduardo.
Ele disse que se for essa a decisão de Bolsonaro, a maioria dos deputados deve acompanhar. “Mas não é uma ditadura não, quem quiser ficar no PSL, à vontade. A gente vai bater um papo amanhã (hoje)”, afirmou. “Se ele for para a lua, eu vou com ele”, disse. Eduardo confirmou que na reunião estará a maioria dos deputados do PSL. “Ressalvado meia dúzia ali que tem entrado em conflito frontal com o presidente para decidir essa questão partidária”, disse.
“Se vai ser um novo partido ou se vai ser migrar para um já existente ou ainda quais deputados estão dispostos a fazer isso, vamos decidir amanhã nessa reunião. É um momento chave para os deputados que estão no PSL”, completou. A disputa interna da legenda veio à tona no dia 8 de outubro. Na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro fez críticas ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE), a um pré-candidato a vereador do Recife. “O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido”, prosseguiu. A partir daí, houve uma série de farpas trocadas entre dois grupos que se formaram entre os correligionários.
De um lado, os “bolsonaristas”, aliados a Bolsonaro que articularam para colocar o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro como líder da bancada na Câmara. Do outro, os “bivaristas”, ligados a Luciano Bivar, que perderam o controle da bancada, com a destituição do deputado Delegado Waldir (PSL-GO), mas ficaram com o controle do partido e abriram processos no Conselho de Ética contra ao menos 19 colegas do grupo oposto. Nessa cizânia, está em jogo o controle do partido, que se tornou uma superpotência após eleger 52 deputados no ano passado e angariar a maior fatia dos recursos públicos destinados às siglas. Apenas neste ano, o PSL deve receber R$ 110 milhões de fundo partidário.