A semana foi embalada pela filiação do ex-juiz Sérgio Moro ao Podemos e a sua promessa, ainda pouco confiável, de ser o candidato da Lava Jato à presidência da República. A política dessa gente perdeu o pudor e, agora, riem escancaradamente na nossa cara. Percorri os jornais sobre esse assunto e logo percebi que a grande maioria era desfavorável. Até o Estadão está falando cobras e lagartos! Quando vemos o Brasil no fundo do poço, precisamos lembrar que o maior responsável por essa mixórdia foi o ex-juiz de Curitiba. Bolsonaro é a herança maldita de Sérgio Moro.
Um dos artigos que me chamou mais a atenção foi o de Joaquim de Carvalho, colunista do 247. Ele já foi subeditor da Veja e repórter do Jornal Nacional, além de ter ganhado prêmios importantes, como o Esso e o Vladimir Herzog. Ele levanta informações e dados muito interessantes, relacionando a crise econômica que vivemos hoje com as consequências da Lava Jato. E a tese principal não podia ser outra: Moro destruiu a economia brasileira. Assino embaixo. É óbvio que a pandemia tem também a sua conta, mas a crise já vinha de muito antes.
A provável candidatura de Sérgio Moro a presidente, e mesmo a qualquer outro cargo eletivo, nos traz a oportunidade de debater o verdadeiro legado da Lava Jato. Moro sempre foi político e passou pelo Judiciário travestido de juiz. Como político que vestia toga, ele destruiu a economia brasileira. Vai ter de explicar isso muito bem durante a campanha. Lembro-me da decepção de algumas pessoas aqui de Ribeirão, quando ele aceitou ser ministro do Genocida. Confiavam na sanha moralista da Lava Jato e não aceitavam aquela mistura indigesta do direito com a política.
Até algum tempo atrás, ouvíamos que os pilares do governo genocida eram o Moro e o Guedes. Não vou perder tempo aqui falando da defenestração do Moro. Caiu fora, quando percebeu que levava mais prejuízos do que dividendos para as suas pretensões futuras. O Guedes continua para manter a pose. Ele sabe que este governo já acabou faz tempo. Não tem mais nada da cartilha liberal para implementar. Governo isolado, desprezado e evitado até nos encontros internacionais. Vimos mais um vexame em Roma na semana passada.
Quero me concentrar mais na herança maldita da Lava Jato. Quando ela começou, em 2014, a taxa de desemprego no Brasil era de 5% e o PIB havia crescido 3% no ano anterior — o país estava na 7ª posição mundial. A Petrobras tinha um valor de mercado na ordem 104,9 bilhões de dólares — o equivalente a 587 bilhões de reais. Hoje, o valor de mercado da empresa gira em torno de 350 bilhões de reais, a taxa de desemprego é superior a 14% e o PIB despencou 4,1% em 2020. Já se fala, sem o mínimo pudor, em privatizar a Petrobrás. Repito e reforço: Bolsonaro é a herança maldita de Sérgio Moro.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE) fez, em janeiro passado, interessante levantamento do estrago provocado diretamente pela Lava Jato, mesmo com o impacto da pandemia. Segundo Joaquim de Carvalho, “A operação incensada pela velha imprensa custou 4,4 milhões de empregos e 3,6% do PIB. Com a Lava Jato, o país deixou de arrecadar 47,4 bilhões de reais em impostos e 20,3 bilhões de reais em contribuições sobre a folha, além de ter reduzido a massa salarial em 85,8 bilhões de reais.” Entre 2014 e 2017, por causa da Lava Jato, a Petrobras e a construção civil deixaram de investir cerca de 172 bilhões de reais.
O candidato de Moro venceu em 2018. Este foi para o Ministério da Justiça e, mais tarde, deixaria o governo. Toda essa história é bem conhecida por todos nós. Deu no que deu… Portanto, quando vemos a nossa economia em frangalhos, não podemos esquecer que quem colocou o país nessa situação foram Moro e seus aliados lavajatistas. Moro quebrou o Brasil. Só mesmo os idiotas é que continuam a acreditar nele e na sua Lava Jato. Se o STF e o TSE conseguirem manter a lisura das próximas eleições, todos esses assuntos poderão ser seriamente discutidos. Aguardemos!