Há um mistério que ronda a passagem de Jair Bolsonaro por Washington. Nesta segunda-feira, o presidente ficou pelo menos duas horas sem localização conhecida. Um dos auxiliares presidenciais contou que “o sumiço” de Bolsonaro foi um período tirado por ele para relaxar, “coisa que não pode fazer no Brasil”.
Após deixar a sede da Agência Central de Inteligência americana (CIA) por volta das 10h, Bolsonaro, acompanhado de seguranças, saiu para um destino não informado pelo governo. Ele só voltou à Blair House, residência nas imediações da Casa Branca, por volta de 12h, onde almoçou. O passeio do presidente, assim como a visita à CIA, não foi divulgado na programação oficial.
Durante o período de “desaparecimento”, a assessoria de imprensa do governo não respondeu sobre o paradeiro do presidente. Os auxiliares mais próximos se limitaram a dizer que ele estava em uma “agenda privada” acompanhando apenas por seguranças. A equipe do governo só informou o momento em que o mandatário voltou à residência.
Enquanto Bolsonaro seguia com paredeiro incerto em Washington, ao mesmo tempo seus ministros Sergio Moro (Justiça), Paulo Guedes (Economia) e Tereza Cristina (Agricultura) cumpriam agendas individuais. Moro participou de um almoço oferecido pelo diretor adjunto do FBI (órgão equivalente à Polícia Federal no Brasil), Charles Spencer, no restaurante Capital Grille. Guedes, por sua vez, se reuniu com o Secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross. Já a ministra Tereza Cristina se encontrou com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.
Filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, passaram pela Organização dos Estados Americanos (OEA). No início da tarde, os dois voltaram à Blair House, onde também estão hospedados, carregando sacolas plásticas. A dupla fez uma parada em uma loja de suplementos: Eduardo comprou Power Crunch, uma barra de proteína consumida após as práticas de exercícios. Já Martins, além das barrinhas, também levará ao Brasil vitaminas.
Visita à CIA
A visita à CIA não estava prevista na agenda oficial, mas foi divulgada por Eduardo Bolsonaro nas redes sociais. Após deixar o local, o Palácio do Planalto informou que a ida do presidente à agência de inteligência foi motivada pela preocupação com o “combate ao crime organizado e ao narcotráfico.” Em nota, a assessoria informou que a visita era o fortalecimento de ações da área de inteligência que abrangem o Ministério da Justiça e Segurança e o Gabinete de Segurança Institucional.
Jair Bolsonaro chegou aos Estados Unidos no domingo e se encontra hoje com o presidente Donald Trump, na Casa Branca.