Um dia depois de suspender a cerimônia de filiação ao Partido Liberal (PL), no domingo (14), o presidente Jair Bolsonaro disse na segunda-feira, 15 de novembro, que existe a possibilidade de ingressar em outro partido do Centrão. Bolsonaro relatou manter ainda conversas paralelas e que segue vivo o interesse do Progressistas e do Republicanos em filiá-lo.
O presidente indicou estar disposto a esperar “pouquíssimas semanas” para concluir as negociações com o PL, comandado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado e preso no mensalão. “Eu tenho um limite. Espero, em pouquíssimas semanas, duas ou três no máximo, casar ou desfazer o noivado. Mas acho que tem tudo para a gente se casar e ser feliz”, disse o presidente, durante entrevista na Expo Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Segundo Bolsonaro, a conclusão das conversas somente irá acontecer se o PL desistir de apoiar adversários políticos dele, principalmente na esquerda, e de participar de palanques estaduais que possam beneficiar rivais como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e João Doria (PSDB).
“Nosso partido não pode estar flertando com a esquerda num ou outro Estado, se resolvermos isso aí eu assino essa filiação que me satisfaz e satisfaz em grande parte o nosso eleitorado, que quer a continuidade da minha política”, afirmou.
Mas com o mensalão pode. O presidente afirmou ter conversado nos últimos dias sobre o assunto com os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas), das Comunicações, Fábio Faria (PSD), e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Os principais entraves nas conversas são as composições políticas do PL em São Paulo, Bahia, Pernambuco e Piauí. Na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, a ideia do Planalto é forçar o PL a desfazer o acordo para apoiar a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB).
“Tem alguns Estados que para mim, a possível reeleição, se eu vier (a ser) candidato, são vitais, como São Paulo. Ele (Valdemar) tem um compromisso com um candidato que vai apoiar o atual governador (Doria) se ele tiver o espaço lá no partido dele (para concorrer a presidente).”
O PL ainda não decidiu como vai atender as solicitações de Bolsonaro, mas trabalha para ajustar um acordo. O presidente do partido pediu um tempo a Bolsonaro para poder administrar internamente a questão. Uma reunião com a participação do comando da legenda e das bancadas na Câmara e no Senado está marcada para amanhã, na sede do PL em Brasília.