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Bolsonaristas tentam intimidar repórter-fotográfico do Tribuna Ribeirão

Embora pequeno, grupo hostilizou profissional e exigiu que fotos feitas da concentração em frente à 5ª. CSM ontem (3/01), em Ribeirão Preto fossem apagadas; uma foi salva

Mesmo com o esvaziamento dos acampamentos em frente aos quarteis em todo o país – após as falas do ex-vice-presidente e agora senador Hamilton Mourão e do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro -, em Ribeirão Preto, algumas pessoas permanecem na Rua Duque de Caxias, próximo à 5ª CSM – Circunscrição do Serviço Militar.

Essas pessoas defendem ações consideradas radicais e antidemocráticas, uma vez que pedem intervenção militar. O repórter-fotográfico, Alfredo Risk, do Tribuna Ribeirão foi intimidado e ameaçado ao tentar registrar a presença desse grupo de pessoas, na tarde de ontem.

Eles o cercaram e ameaçaram quebrar o equipamento fotográfico, caso as fotos não fossem deletadas. “Você não tem autorização. Aqui é área militar; não é público (sic)”, alegavam os manifestantes. Uma pessoa que visitava um parente no prédio em frente, fez um vídeo amador que registra o momento em que o repórter é acuado pelos manifestantes.

O problema só foi amenizado com a presença da Polícia Militar, que chegou ao local rapidamente, após ser solicitada pelo profissional de imprensa. “Por que vocês não vêm aqui quando tem muita gente?”, estranhamente indagou um dos acampados.

Falta de respeito
“Em 12 anos de trabalho, nunca vivi uma situação como essa”, relatou o repórter-fotográfico, Alfredo Risk. Pelo jornal ele já fez inúmeras coberturas em manifestações diversas, invasões, reintegrações de posse, julgamentos criminais e até em presídios. “Cheguei lá de forma pacífica, um local público, para cumprir o meu trabalho, enfim, fotografar uma manifestação que eles dizem ser pacífica e, sem ao menos tentarem conversar, já me cercaram e me ameaçaram ao ponto de eu ter que chamar a polícia para conseguir sair do local”, disse Risk.

Pronunciamentos oficiais
Na passagem de ano, ocupando o cargo de presidente interinamente, Hamilton Mourão disse que o país mudaria de governo, mas não de regime e conclamou que as pessoas voltassem à “normalidade da vida”, em alusão aos apoiadores mais radicais de Jair Bolsonaro. Ele também afirmou que a “alternância de poder em uma democracia é saudável e deve ser preservada”.

No dia anterior, na sexta-feira (30), momentos antes de embarcar para os Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro também frustrou seus apoiadores com intensões golpistas. Nos quartéis e redes sociais, eles se sentiram decepcionados e traídos, pois esperavam uma reação capaz de impedir a posse do presidente Lula, o que não aconteceu.

Bolsonaristas em frente à 5ª CSM na tarde desta terça-feira – Foto: Alfredo Risk

Barroso é hostilizado no aeroporto de Miami ao embarcar para o Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso voltou a ser hostilizado na segunda-feira (2), ao embarcar no Aeroporto Internacional de Miami em direção ao Brasil. Os manifestantes vaiaram e xingaram o ministro e entoaram o coro “sai do voo”. Barroso, no entanto, embarcou e já chegou ao Brasil.

Em nota, o magistrado classificou o episódio como uma “mistura de ódio, ignorância, espírito antidemocrático e falta de educação”. “O Brasil adoeceu. Espero que consigamos curá-lo e que uma luz espiritual ilumine essas pessoas”, afirmou o ministro.

O magistrado também já foi hostilizado em Nova York e em um restaurante em Porto Belo (SC), onde jantava com amigos.

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