Em mais uma edição da já famosa Black Friday, os consumidores de todo o mundo iniciam suas compras de fim de ano e vão atrás de preços mais atrativos. Por aqui não deve ser diferente. De acordo com projeção do Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp), é esperada alta de 17,5% nas vendas de novembro em comparação com o mesmo período de 2020.
Isso porque, essa será a primeira onda de vendas de fim de ano, uma vez que coincide com a primeira parcela do décimo terceiro salário. O presidente do Sincovarp e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Ribeirão Preto, Paulo César Garcia Lopes, comunicou que muitos aproveitam os descontos da Black Friday para garantir a compra de presentes de Natal pagando menos.
“Nos últimos anos, a Black Friday tornou-se uma das mais importantes datas do calendário sazonal do comércio. A expectativa para 2021 é positiva até porque o comércio de Ribeirão Preto vem apresentando aumento de vendas por cinco meses consecutivos”, disse Lopes.
Contudo, essa expectativa não é compartilhada pelo gestor de Comunicação e Relações Institucionais da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP), Carlos Ferreira. Para ele, mesmo sabendo que a Black Friday irá impulsionar as receitas de inúmeros estabelecimentos, a avaliação neste ano é bem pouco otimista.
“Isso ocorre, justamente pela alta nos preços e menor renda disponível para consumo, limitando o potencial de compra dos consumidores como um todo”, explicou Ferreira. Mas ressaltou que, apesar da alta na inflação e da redução da renda, é um momento para buscar oportunidades de compra.
Carlos ainda pontuou que os dez produtos mais buscados, segundo ranking do Buscapé, são celular e smartphone, fogão, TV, geladeira, lavadora de roupas, notebook, tênis, ar-condicionado, pneus para carros e guarda-roupas. A partir disso, acredita que a realidade de Ribeirão Preto não será muito diferente da nacional.
Preparativos
Já que essa é uma data crucial no calendário do comércio, é importante iniciar os preparativos com antecedência. Segundo o presidente do Sincovarp, o comércio varejista tem se preparado para recuperar, o quanto for possível, as perdas causadas pela pandemia de covid-19. Paulo ressalta que, tradicionalmente, contrata-se temporários para o fim de ano. Porém, esse ano, o intuito é fazer com menos.
“O que observamos nesse ano é uma onda de contratações menos intensa, até porque muitos lojistas estão preferindo eles mesmos irem para o atendimento ao cliente, para evitar despesas. Enfim, para a maioria, o objetivo é fazer mais com menos. Economizar no que for possível para tentar entrar em 2022 com o máximo de fôlego. Mas é claro que, se houver necessidade, vão contratar”, disse Lopes.
O Instituto de Economia Maurílio Biagi da ACIRP estima que no ano de 2021 as contratações temporárias de fim de ano em Ribeirão Preto serão 12% maiores do que em 2020. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no segundo semestre do ano passado foram admitidos 1.887 trabalhadores temporários. A previsão é de que em 2021 esse número salte para 2.113 admissões temporárias.
Para o gestor, as empresas em Ribeirão Preto já têm se movimentado para contratar talentos. Muitas delas aproveitam os meses que antecedem o Natal para realizar treinamentos, ajustar horários e sintonizar as equipes.
“A maior oferta de vagas tem sido para cargos de vendedor, atendente, operador de caixa e repositor de mercadorias. Com a retomada das atividades, espera-se que as contratações continuem crescendo e que parte dos trabalhadores temporários sejam efetivados”, afirmou Ferreira.
Vendas online
Com o crescimento das vendas por e-commerce e marketplace durante a pandemia, esse modelo de venda é algo que deve ser levado em consideração durante esse período de Black Friday. Carlos enfatiza que o comércio como um todo vem mudando de forma acelerada, impulsionado principalmente pela pandemia, e se adaptando de forma rápida às necessidades digitais.
“Essa tendência se traduz não só em aumento de ofertas e presença de lojas em marketplaces, como em adaptações do comércio local também para atender uma demanda logística das grandes redes varejistas de e-commerce, se tornando ponto de retirada e postagem de mercadorias. Portanto, os lojistas estão preparados para ofertar produtos de forma competitiva e também atender à demanda logística que terá aumento no período”, comentou.
No entanto, com o avanço da vacinação e a suspensão das restrições, o consumidor está voltando às lojas físicas, segundo Lopes. Ele comenta que há muitos produtos que só são comprados quando o consumidor experimenta, em especial, roupas, calçados, bolsas e acessórios.
“Devemos atingir um novo ponto de equilíbrio, mas com a certeza de que o e-commerce vai ocupar um espaço um pouco maior no mix de canais de vendas. Outro aspecto importante é a demanda que o consumidor tem para sair, se movimentar e passear. Ir às compras acaba virando um programa de entretenimento também”, finaliza o presidente do Sincovarp.
Cuidados na hora da compra
Apesar dessa época de Black Friday ser considerada boa para consumir por conta dos descontos, é importante se atentar com golpes e fraudes. Principalmente no meio digital. Pensando nisso, a Polícia Civil do Estado de São Paulo preparou algumas dicas para auxiliar a população na hora das compras.
Aqueles que já possuem em mente alguma aquisição específica para fazer devem com antecedência acompanhar os preços médios para quando chegar a Black Friday comparar os valores dos produtos e/ou serviços para avaliar se a promoção de fato é real.
Há empresas que sobem o valor do produto antes do período de descontos e depois voltam aos preços normais, fingindo um falso desconto. E também há as que baixam de fato o valor dos produtos, mas compensam no frete, por isso é importante o alerta.
Uma boa dica é sempre comparar os valores promocionais com os de outras lojas virtuais antes de realizar a compra – existem, inclusive, sites comparadores de preço. Além disso, opte por utilizar preferencialmente o aplicativo da respectiva loja e desconfie de preços muito abaixo do mercado.
A Polícia Civil ainda alerta para que, antes de finalizar uma compra online, por exemplo, faça uma avaliação da reputação da loja. Outro ponto é ter cuidado ao abrir e-mails ou mensagens de promoções. Esses conteúdos podem conter softwares maliciosos que capturam as informações do seu dispositivo eletrônico, como dados bancários e senhas. Verifique o produto direto pelo site oficial da loja.
Na hora de pagar, confira o beneficiário do pagamento, jamais forneça senhas pessoais e prefira utilizar cartões virtuais – aqueles que são utilizados em apenas uma compra. Para isso, basta acessar o aplicativo do seu respectivo banco e seguir as orientações.
Todas essas dicas ajudam a prevenir golpes de estelionatários. Contudo, se ainda assim, você for vítima, compareça à delegacia mais próxima ou acesse a Delegacia Eletrônica e, munido de provas, registre os fatos para que a Polícia Civil inicie as investigações.