Apresentar as ações de pesquisadores e grandes empresas com foco na sustentabilidade e circularidade. Esse foi o objetivo da BIN@ Brazil 2019, evento realizado em Ribeirão Preto entre 30 de outubro e 1 de novembro e que teve a presença de mais de 300 pessoas.
O encontro envolveu indústria e parceiros acadêmicos, parques de ciência e tecnologia, incubadoras, investidores, consultores e agências de desenvolvimento econômico num compartilhamento de conhecimentos e boas práticas, em um ambiente aberto de inovação. De acordo com Adilton Carneiro, diretor-presidente do Supera Parque de Inovação e Tecnologia, um dos organizadores do evento, o grande mérito dos debates foi trazer o foco para o compartilhamento de ideias relacionadas à sustentabilidade. “A lógica da economia circular é outra. Ela entende que nossa economia está inserida nos limites finitos do nosso planeta. Por isso, o ideal é reduzir a geração de resíduos e, quando isso não for possível, fechar o ciclo, ou seja, encontrar outros usos para os resíduos”, disse.
Os debates ocorreram na Universidade de São Paulo (USP), Pluris Aceleradora e Supera Parque de Inovação e Tecnologia. “Foi um evento importante para mostrar como o nosso ecossistema de inovação está muito mais fortalecido comparado à outra edição da BIN em Ribeirão Preto, que foi em 2013”, disse Eduardo Cicconi, gerente do Supera Parque.
O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira Júnior (PSDB), participou do evento. Para ele, a realização dos debates mostrou que a cidade está preparada para o desafio de ser inovadora. “Ribeirão Preto está preparada para esse tipo de desafio e é uma honra podermos participar como protagonistas desse tipo de discussão”, afirmou o prefeito.
Temáticas
A temática do agronegócio foi presente em muitos momentos da BIN@Brazil 2019, mostrando que a maior parte dos produtores agropecuários têm consciência da importância da preservação ambiental, tanto pela sustentabilidade do planeta, quanto pela imagem do Brasil junto ao mercado internacional. “O uso de energias renováveis foi também bastante discutido, inclusive com ressalvas ao automóvel elétrico, pois embora ele no seu uso não seja poluente, em alguns países o processo de geração de energia é ainda muito impactante ao meio ambiente, sobretudo se usar fontes não-renováveis como é o caso de termoelétricas a carvão”, explica Dalton Marques, gerente de Desenvolvimento do Supera Parque.
Para Marques, um dos pontos altos do evento foi a sessão sobre ‘design for happiness’, que discutiu inovações nos espaços públicos, sempre com o olhar da sustentabilidade, para propiciar maior qualidade de vida à população.
A rede
A rede BIN foi criada em 2010 a partir de uma iniciativa das universidades do Porto (U. Porto) e Sheffield (ING). O tema geral da BIN@BRAZIL 2019 foi “Circularidade e Sustentabilidade”.
Segundo Adilton Carneiro, o balanço foi positivo. Ele informa ainda que, além dos debates, houve dezenas de eventos paralelos e de negócios que foram realizados na esteira da BIN@BRASIL. “Dentre os palestrantes, tivemos professores, líderes de ONGs, empreendedores e grandes empresas, como 3M, Bosch, Natura, Siemens. Vale destacar também que a própria dinâmica do evento seguiu a lógica da sustentabilidade: não houve uso de copos descartáveis, os coffee-breaks utilizavam preferencialmente produtos locais e que demandam pouco carbono na sua produção e o público ganhou como brinde um kit para reduzir o consumo de água em casa”, salientou.
Entre os eventos paralelos realizados, destaque para a visita do presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), Jorge Guimarães. Guimarães se reuniu com os administradores do Supera Parque e diretores e pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) para discutir possibilidades de parcerias futuras.
Próximos passos
O trabalho dentro da rede BIN é contínuo, com objetivo de estimular a cooperação entre atores. Nessa edição em específico, o evento foi encerrado com duas sessões que têm potencial de tornar ainda mais efetiva essa integração.
A primeira foi uma rodada de negócios entre atores do ecossistema regional de inovação, que incluem do sistema S – SEBRAE, SENAI, SENAC, a laboratórios da universidade e departamentos de pesquisa e desenvolvimento de empresas.
A segunda foi a apresentação dos projetos que fizeram parte do Health to Business, uma iniciativa que durou toda a semana com apoio do Hospital das Clínicas (HC) e que propunha criar soluções a graves problemas da saúde.