Tribuna Ribeirão
Geral

Bicicletas, um desafio

J.F. PIMENTA

Uma pesquisa da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) analisou os princi­pais desafios dos gestores mu­nicipais quanto à regulamen­tação do Programa Bicicleta Brasil. A iniciativa estimula o uso de bicicletas no meio urba­no, para melhorar as condições de mobilidade, além de prever um direcionamento de verbas para a infraestrutura.

A Lei do Programa Bicicle­ta Brasil (Lei 13.724/2018) foi aprovada em 2018, mas agora há um esforço do movimento municipalista e de diferentes organizações, para que ela seja regulamentada junto ao Go­verno Federal. A iniciativa é do Grupo Gestor da Estratégia Nacional da Bicicleta, liderado pelo Ministério do Desenvol­vimento Regional e pela União dos Ciclistas do Brasil.

O programa listou as ci­clovias implantadas nas 27 capitais brasileiras (ver nesta página). Comparativamente, Ribeirão Preto que possui 30,8 km de ciclovias fica à frente de três capitais: Porto Velho, São Luiz e Macapá.

Para o coordenador do Grupo de Trabalho de Políticas Públicas da União de Ciclistas do Brasil, Yuriê Baptista César, a norma vai além da constru­ção de ciclovias. “A lei que criou o Programa Bicicleta Brasil in­clui infraestrutura, campanha de educação, outras ações a se­rem realizadas e a parceria do governo com a sociedade civil e o setor produtivo, para promo­ver o uso da bicicleta”.

O coordenador afirma que é visível o aumento de ciclistas e a venda de bicicletas, por conta da pandemia e o fechamento de academias no período. Ele detalha o reflexo desse cenário nos municípios. “Isso gera uma maior necessidade do poder público de responder a essa de­manda que foi colocada. A gente fala muito, quando vai cobrar medidas para estimular o uso da bicicleta, que existe uma deman­da reprimida muito grande de ciclistas, de pessoas que querem utilizar a bicicleta e que não uti­lizam porque não sentem segu­rança para usá-la”.

Segundo o programa, as ações implementadas pelas en­tidades estaduais e municipais devem priorizar o estímulo ao desenvolvimento de projetos de infraestrutura cicloviárias, construção de bicicletários em terminas do transporte público coletivo, instalação de paraciclos e estacionamentos específicos nos locais de grande fluxo de pessoas, equipamentos de apoio aos usuários – como banheiros e bebedouros –, sistema de lo­cação de bicicletas a baixo cus­to em locais estratégicos, além da elaboração e divulgação de campanha que estimulem o uso seguro da bicicleta.

Outra pesquisa quanto aos desafios da regulamentação do Programa Brasil Bicicleta deve ser realizada pelos pró­ximos 80 dias em todo o país. O questionário será aplicado tanto na área da gestão, quan­to para os usuários de bici­cletas. Entre as perguntas, os gestores devem responder se o município conta com algum órgão de trânsito, se tem um planejamento que contemple a bicicleta, quais são os desafios para implementar o progra­ma, se precisa de apoio técnico e financeiro, entre outros.

O objetivo do levantamento é Identificar quais são os desa­fios da área de gestão dos mu­nicípios e compreender esses desafios para regulamentação e direcionamento dos recursos do programa. Ainda há que se decidir como vai ser esse fluxo de transferência de recurso. Para isso, é preciso ver quais são os municípios que mais precisam.

A CNM ressalta que para os municípios de pequeno e mé­dio porte, é uma política muito importante. Muitos deles não têm transporte público. O estu­do tem o apoio da Confedera­ção Nacional dos Municípios, juntamente com a União dos Ciclistas do Brasil, WRI Brasil, Ministério do Desenvolvimen­to Regional, Frente Nacional de Prefeitos e Abraciclo.

 

Venda de veículos zero teve queda no ano passado em RP
A comercialização de veículos zero quilômetro em Ribeirão Preto fechou o ano de 2020 com queda de 30% nas vendas, em comparação com 2019. O setor fechou o ano com 16.660 unidades zero vendidas, entre automó­veis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, e implementos rodoviários. Em 2019, foram 23.883 unidades. Em todo o país, a redução foi de 21,63%. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Apesar de o último trimestre de 2020 ter sido positi­vo e ter demonstrado uma forte reação dos segmentos, essa recuperação não foi suficiente para superar os re­sultados do último trimestre de 2019. Isso se deve, entre outros fatores, à falta de disponibilidade de automóveis e comerciais leves no mercado, causada pelo reflexo da pandemia, que retraiu a produção na indústria. No acumulado de 2020, em todo o Brasil, foram emplacadas 1.950.889 unidades, contra 2.658.692, no ano anterior, uma queda de 26,62%.

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