Antes mesmo da hora de início marcada no Brasil, às 21 horas, o Grammy 2021, realizado na noite de domingo, 14 de março, pela primeira vez sem plateia (ou com algumas dezenas de artistas chamados para receberem os prêmios), começou a distribuir suas estatuetas. Beyoncé, que liderava com nove indicações, ganhou logo no início, junto à filha Blue Ivy, de nove anos, a categoria Melhor Videoclipe pela música “Brown Skin Girl”.
Taylor Swift, Roddy Ricch e Dua Lipa tinham seis indicações cada; Brittany Howard saiu com cinco e Billie Eilish, Megan Thee Stallion, DaBaby, Phoebe Bridgers, Justin Bieber, John Beasley e David Frost tinham os nomes indicados em quatro categorias cada um.
Já na cerimônia conduzida de forma bastante sóbria por Trevor Noah, comediante, locutor e ator sul-africano, líder no programa The Daily Show, quem levou o prêmio de Artista Revelação foi Megan Thee Stallion. Os vencedores surgiam de máscaras, retiravam e faziam seus discursos.
A estratégia do Black Pumas em relançar seu álbum de 2019 em versão deluxe deu certo e garantiu o gramofone na categoria Gravação do Ano pela música “Colors”. Uma grande banda, ainda que em busca de uma identidade além dos covers de seus ídolos da soul music dos anos 1970, que venceu a gigante Beyoncé com “Black Parade”.
As mulheres dominaram também a categoria Melhor Álbum Country pela primeira vez na história, e quem venceu foi Miranda Lambert, com “Bluebird”.
A Melhor Performance Solo Pop, uma categoria secundária, tinha mais pesos pesados. E quem levou foi o jovem de 26 anos Harry Styles, com “Watermelon Sugar”, a primeira música que ele fez em sua curta carreira.
A categoria Música do Ano, que não é o topo de ouro da sessão Gravação do Ano, premia os autores, embora seus nomes não sejam muito visíveis. E o vencedor foi “I Can’t Breath”, de H.E.R, vencendo mais uma de Beyoncé e seu onipresente “Black Parade”.
A categoria Melhor Música de Rap fez despontar um nome maior na noite. Megan Thee Stallion venceu com a música “Savage”, que tem a participação de Beyoncé. E Beyoncé, que subiu de cabelos esvoaçantes a seu lado para receber a estatueta, chegou aos 27 Grammys, o que já era uma conquista inédita de uma mulher na premiação, mas não seria só. Dua Lipa, tímida até então, discursou bonito para receber o prêmio de Melhor Disco de Pop Vocal por seu “Future Nostalgia”. “Eu pensei que só poderia fazer músicas tristes”.
Beyoncé fez história ao vencer a sessão Melhor Canção R&B com a canção “Black Parade” e se tornou o artista, homem ou mulher, maior vencedor de Grammy da história, com 28 premiações. A grande categoria Álbum do Ano, perto do final da apresentação, acabou por consagrar outra mulher, Taylor Swift, com seu “Folklore”. Foi a terceira vitória de Taylor nessa categoria.
A crítica elogiou muito o álbum quando ele saiu e os fãs elevaram Taylor em alguns graus de relevância, o que trouxe uma aura de justiça feita. Ringo Starr apareceu para apresentar o prêmio mais importante, o de Gravação do Ano. “Eu queria dizer uma coisa”, discursou: “Se você está fazendo músicas nesse mundo, você já venceu, muito obrigado.” E, então, fez o anúncio: “E o Grammy vai para: Billie Eilish, ‘Everything I Wanted’”. Billie dedicou o prêmio a Megan Thee Stallion e pediu aplausos à amiga. “Penso em você todos os dias.”