Por Lorenna Rodrigues e Fernando Nakagawa
O Banco Central anunciou o aumento de suas projeções para o déficit do setor externo neste ano. A projeção para o rombo em transações correntes em 2018 subiu de US$ 18,4 bilhões para US$ 23,3 bilhões.
Pelas contas do BC, o déficit externo deve ser completamente financiado pelo ingresso de investimento direto. A instituição manteve a estimativa para o Investimento Direito no País (IDP) em 2018 em US$ 80,0 bilhões.
A estimativa para a balança comercial em 2018 caiu de superávit de US$ 59 bilhões para US$ 56,0 bilhões. A redução se deve a um aumento na expectativa para as importações, que passaram de US$ 166 bilhões para US$ 169 bilhões, enquanto a projeção para as exportações foram mantidas em US$ 225 bilhões.
Viagens
O Banco Central manteve suas projeções para o déficit esperado na conta de viagens internacionais neste ano. Com a recuperação da economia e da renda das famílias brasileiras, a instituição espera que o rombo gerado pelas viagens em 2018 fique em US$ 17,3 bilhões, mesmo valor previsto em dezembro.
O déficit ocorre porque o gasto de brasileiros no exterior é maior que a renda obtida com estrangeiros em viagem no País. Em 2017, essa conta registrou déficit de US$ 13,192 bilhões.
Gasto com juros
O Banco Central elevou a previsão de pagamento de juros da dívida externa pelo Brasil. De acordo com a estimativa do BC, os gastos estimados neste ano passaram de US$ 16,9 bilhões para US$ 19,4 bilhões. Relatório divulgado nesta sexta reduziu a previsão de saída líquida de lucros e dividendos de multinacionais para as sedes, de US$ 25,5 bilhões para US$ 24,5 bilhões.
Do lado do financiamento do déficit externo, o BC manteve a projeção de investimentos em ações em 2018 em US$ 5,0 bilhões. Para a renda fixa, o BC manteve a expectativa de ingresso de investidores no mercado doméstico estável.
Mudanças
O Banco Central informou que passará a divulgar, a partir de junho, as projeções do balanço de pagamentos exclusivamente no Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Com isso, a nota do setor externo deixará de contar com as estimativas, como era de costume.
“Essa medida objetiva alinhar as finalidades próprias de cada instrumento de comunicação do BC. A Nota para a Imprensa – Estatísticas do Setor Externo passa a ser voltada inteiramente para a divulgação dessas estatísticas”, explica em nota a autoridade monetária.