Depois de promover a vacinação de toda a população de Serrana, através do “Projeto S”, o Instituto Butantan inicia neste sábado, 29 de maio, em Batatais, e a partir de 3 de junho, em Taquaritinga, o projeto “Isolamento Inteligente”. A iniciativa tem como objetivo mapear a transmissão local do coronavírus por meio da testagem em massa.
Pretende detectar, além dos casos do novo coronavírus, estabelecimento de contact tracing (rastreamento de casos positivos) e desenvolver uma estratégia de combate à pandemia a partir do isolamento de quem estiver com diagnóstico confirmado de covid-19.
Para isso, o instituto vai fornecer aos municípios testes RT-qPCR e testes rápidos de antígeno que serão aplicados nas Unidades Básicas de Saúde, respectivamente, nos pacientes sintomáticos e nos pacientes assintomáticos que tiveram contato com pessoas com diagnóstico confirmado.
As informações coletadas pelas prefeituras serão integradas à plataforma Tainá/Global Health Monitor, contribuindo para mapear a transmissão do vírus nos municípios. Além disso, o Butantan vai realizar um inquérito domiciliar em cerca de duas mil residências. Cada município será dividido em onze regiões, denominadas clusters.
Em cada cluster, haverá o sorteio de 32 residências que serão visitadas por dois agentes de saúde. Todos os moradores, sem limite de idade, poderão realizar o teste rápido de antígeno para detectar a presença do coronavírus. A cada 15 dias, um novo sorteio será realizado e novas casas serão selecionadas em cada cluster, em uma rotina que se repetirá por três meses.
“Com o isolamento inteligente será possível manter as pessoas infectadas em suas residências e monitorar os contactantes em tempo real. Essa medida, aliada à vacinação, pode contribuir para que gradativamente os municípios possam manter suas atividades econômicas e, ao mesmo tempo, conter a transmissão do vírus”, afirma o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
A população, inclusive quem não for sorteado para participar do inquérito domiciliar, será incentivada a baixar o aplicativo Tainá/GHM e realizar diariamente uma autoavaliação para monitorar possíveis infecções e prevenir a disseminação do vírus, respondendo a questões rápidas sobre sintomas, contato com indivíduos infectados, hábitos de prevenção e transporte, vacinação e distanciamento, entre outras.
Se a autoavaliação apontar que o morador pode estar com a doença, ou já está com sintomas de quadro leve, moderado ou grave, ele será orientado a se dirigir a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e fazer um exame de detecção de covid-19.
Se a pessoa já estiver com sintomas, ela deve buscar os locais onde se realizam os testes RT-qPCR; se ela não estiver com sintomas, mas teve contato com alguém que está com sintomas ou que teve diagnóstico positivo, ela deve buscar os locais onde se realizam os testes rápidos de antígeno.
Os principais sintomas são febre, tosse, nariz escorrendo ou entupido, dor de barriga ou diarreia, enjoo, dificuldade para sentir cheiros ou gostos, dores no corpo, dor de garganta, dor de cabeça que vai e volta, dificuldade para respirar, cansaço maior do que o normal.
O laudo do exame será enviado ao morador pelo aplicativo Tainá/GHM, que também permite ao usuário ser notificado de casos positivos próximos ao seu endereço e monitorar sua exposição ao vírus por onde transita. Se o diagnóstico for positivo para covid-19, o morador deve se isolar e ficar em casa.
As informações dos participantes do projeto serão anonimizadas e mantidas em sigilo e comporão um banco de dados capaz de auxiliar políticas públicas e estratégias locais para o isolamento eficiente, evitando alta nos casos e a necessidade da adoção de medidas restritivas mais duras.