Nesta quinta-feira, 10 de fevereiro, completam-se 110 anos da morte do diplomata, advogado, historiador e geógrafo fluminense José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco (1845-1912). Considerado um dos maiores heróis da pátria brasileira, o Barão do Rio Branco foi um dos responsáveis por desenhar o mapa do Brasil da forma como conhecemos hoje, definindo as suas fronteiras.
Além disso, ele esteve à frente do Tratado de Petrópolis, que anexou o território do Acre ao Brasil sem a necessidade de qualquer tipo de conflito armado. O Barão do Rio Branco ocupou o cargo de ministro das Relações Exteriores durante o mandato de três presidentes da República diferentes, desde 1902 até 1912.
Os seus feitos o tornaram, ainda hoje, o patrono da diplomacia brasileira. Muito de sua habilidade como diplomata ele herdou de seu pai, Visconde do Rio Branco, que resolvia assuntos diplomáticos junto ao império brasileiro. Foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1911. O Barão do Rio Branco faleceu em 1912, aos 66 anos de idade.
Ele empresta o nome à atual sede da prefeitura de Ribeirão Preto, o Palácio Rio Branco, e à praça em frente ao edifício, a Barão do Rio Branco. Tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) e pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Ribeirão Preto (Conppac), vai completar 105 anos em 26 de maio.
Em 2020, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) assinou um termo de cooperação entre a administração municipal e o Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC), que ficará responsável pela curadoria e acompanhamento do projeto executivo de restauração do palacete.
O objetivo é transformar o Palácio Rio Branco em um centro cultural para receber exposições temporárias e permanentes quando a sede do Executivo for transferida provisoriamente para o antigo prédio da Superintendência da Caixa Econômica Federal, na rua Américo Brasiliense, região central da cidade.
O local passará por reforma e abrigaria o Executivo até a construção de um Centro Administrativo. A construção do Palácio Rio Branco teve início em 3 de agosto de 1915 e a obra ficou pronta em abril de 1917. O prédio conta com dois pavimentos e um porão, tem 600 metros quadrados de área coberta, totalizando 1.800 metros quadrados de construção.
O estilo de sua fachada é uma transição do barroco para o moderno e foi inspirado nas fachadas arquitetônicas do início do século da França. O nome escolhido foi uma homenagem ao Barão do Rio Branco, falecido em 1912, que também ganhou uma herma (busto sem ombros) na praça que fica em frente ao palácio.
No pedestal está gravada a expressão em latim “Ubique Patriae Memor”, extraída de livros do Barão do Rio Branco e que signfica “em qualquer lugar, terei sempre a Pátria em minha lembrança”. Durante seus anos iniciais, o palacete foi a sede da Câmara dos Vereadores, da prefeitura, da Procuradoria Municipal e outros órgãos políticos.
No início do século 20, o poder conferido aos coronéis do café da cidade, que tinha a maior produção cafeeira do mundo, era exercido no interior dos salões. Em grandes mesas no Salão Nobre, fazendeiros milionários, muitas vezes nomeados vereadores sem eleição, fechavam negócios e determinavam os destinos econômicos da cidade, do estado e, muitas vezes, do Brasil.
O governo municipal (Câmara e prefeitura) funcionou conjuntamente no Palácio Rio Branco até 1956, quando o Legislativo foi transferido para o antigo prédio da Sociedade Recreativa e de Esportes, na rua Barão do Amazonas nº 323, onde fica hoje o Museu de Arte de Ribeirão Preto (Marp).
O Palácio Rio Branco tem dois salões que marcaram as grandes decisões da política e economia de Ribeirão Preto, o Rosa, nomeado como Orestes Lopes de Camargo, e o Salão Nobre Antônio Duarte Nogueira, pai do atual prefeito. Hoje, estes salões representam a história viva de Ribeirão Preto.
Em 2017, no centenário do palacete, o prefeito Duarte Nogueira “enterrou” uma “cápsula do tempo” na praça em frente ao edifício. Uma edição do jornal Tribuna faz parte dos objetos lacrados no compartimento, que será aberto em 2056, ano do bicentenário da cidade, fundada em 19 de junho de 1856.