Quando o momento de um clube de futebol não é bom, normalmente os “figurões” dão as caras e aparecem para dar explicações. Seguindo essa linha, Adalberto Baptista, presidente do Conselho de Administração da Botafogo S/A, concedeu entrevista nesta terça-feira (2).
O dirigente confirmou Paulo Pelaipe como novo manda chuva e afirmou que a contratação de um novo gerente de futebol faz parte da profunda reformulação que a BFSA pretende aplicar no clube.
“O Paulo Pelaipe agora vai ser o comandante, ele é quem vai montar a forma como o Botafogo vai trabalhar e ele depois responde como ele vai organizar o departamento em baixo da liderança dele. A gente vem trabalhando muito nos últimos dias, muito por conta dessa reformulação no departamento que foi necessário. Trabalhamos muito para conseguir trazer o Pelaipe. É um nome que atende aquilo que nós precisávamos, uma pessoa de decisões fortes, firmes. A gente viu uma falha muito grande na recuperação de contusões, na parte física, médica, a comissão técnica como um todo falhou muito nesse quesito e tornou nosso time pouco competitivo”, afirmou Baptista.
Como anunciado após o término do Campeonato Paulista, Baptista ficou mais próximo do futebol e foi responsável pela “montagem” da Série B. O dirigente assumiu a culpa pelo rebaixamento e pediu um voto de confiança do torcedor.
“Me sinto totalmente responsável. Existem vários responsáveis, mas me sinto o maior, porque se alguém tinha o poder de decisão de alterar alguma coisa, era eu. Não tenho dúvida, esse carimbo vou ter que carregar para o resto da minha vida. Esse insucesso não poderei tirar do meu currículo. O voto de confiança é que fiquei nas últimas semanas trabalhando muito para essa reformulação no futebol”, disse.
O responsável pela base, Diego Cabrera, o preparador de goleiros Kiko, e mais alguns nomes da comissão técnica não vão seguir no clube. Por outro lado, Léo Franco, algoz do torcedor botafoguense, seguirá no Botafogo, mas numa função “administrativa”.
“O Léo Franco já tínhamos mudado para uma função administrativa. O Pelaipe quer contar com ele na gestão administrativa. O Cabrera, pelo que eu sei, o Pelaipe quer mudar, com os poucos campeonatos de base que teremos, será preciso enxugar até para suportar o orçamento esse ano. Como cheguei agora em Ribeirão Preto, o Pelaipe iria providenciar seu desligamento”, revelou.
A queda para Série C representa uma perda significativa de arrecadação, já que a cota de participação da competição gira na casa dos R$ 6 milhões e a Série C não possui cota. Entretanto, Baptista revelou a possibilidade de os clubes participantes da terceira divisão receberem verba da CBF.
“Não tivemos ainda reunião com a CBF em relação à Série C e não sabemos ainda quanto teremos de cota. Sei que algumas empresas estão interessadas em transmitir a competição. Quando nós participamos a cota era zero, eles só pagavam a logística, mas me parece que agora vai ter alguma remuneração, por menor que seja. O orçamento para a C também é menor, porque são menos jogos”, revelou Baptista.
Paulo Pelaipe e Alexandre Gallo, novo técnico do Pantera, deve ser apresentados nos próximos dias. O Tricolor estreia no Paulistão no dia 28 de fevereiro, diante do São Paulo, no Morumbi.