A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira, 29 de abril, uma operação para investigar fraudes na obtenção de auxílio emergencial em Ribeirão Preto. Batizada de “Sorrateiros”, a ação cumpriu onze mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Federal em Ribeirão Preto, Sertãozinho e Dumont.
As ações da quadrilha teriam causado um prejuízo de pelo menos R$ 220 mil a famílias beneficiárias do programa da União. De acordo com a PF, as fraudes consistiam na obtenção clandestina de dados pessoais de 201 potenciais beneficiários e sua inserção no aplicativo “Caixa Tem” para, então, receber os valores. O grupo criminoso também realizou compras com o uso de QR Code em ONZE estabelecimentos comerciais físicos e online.
Ainda segundo a PF, foram identificadas 183 contas de auxílio emergencial fraudadas. Os investigados poderão responder por crime de estelionato majorado e associação criminosa, cujas penas, somadas, podem chegar até dez anos de reclusão.
Operação policial
Os trabalhos realizados são resultantes de uma união de esforços denominada Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (Eiafae), da qual participam a Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa Econômica Federal, Receita Federal, Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da União.
Os escopos da atuação conjunta são a identificação de fraudes massivas e a desarticulação de organizações criminosas, com a identificação de seus integrantes e recuperar os valores para o erário. Somadas a essa ação, já foram registradas 70 operações policiais visando o combate às fraudes, com a realização de mais de duas centenas de Mandados de Busca e mais de 30 indivíduos presos.
Documentos, máquinas de pagamento e cartões de crédito foram apreendidos durante a manhã, e suspeitos foram levados a prestar depoimento na delegacia da PF, mas ninguém foi preso. Os investigados devem responder por estelionato majorado – ou seja, golpe praticado contra entidade de direito público, instituto de economia popular, de assistência social ou beneficência – e associação criminosa.
Segundo o delegado Alexandre Manoel Gonçalves, o dinheiro obtido ilegalmente não era sacado diretamente do caixa pelos golpistas, mas sim transferido das carteiras digitais para contas de empresas de fachada ou usado em compras simuladas.
Além dos beneficiários diretos das fraudes, ele investiga o envolvimento das empresas no esquema. “A gente está tentando identificar o destino do dinheiro para saber justamente quem são os principais responsáveis por essas fraudes”, diz.