A pandemia do coronavírus está causando apreensão em todo o país e, mais uma vez, bandidos estão se aproveitando das dúvidas da população para aplicar golpes, pela internet e por telefone.
De acordo com a delegada Raquel Kobashi Gallinati, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, já foram detectados golpes que estão sendo aplicados por telefone e redes sociais, principalmente pela plataforma WhatsApp.
“Os marginais ficam à espreita, aguardando uma situação que seja favorável à aplicação do golpe. Com a quarentena e a desinformação que ocorre na internet pela disseminação de fake news, os estelionatários encontram o ambiente perfeito para agir, aproveitando as dúvidas das pessoas”, explica a delegada Raquel.
Um dos casos recentes que ganhou repercussão nacional foi a de uma idosa de 94 anos na cidade de Santos. Lá, uma mulher telefonou para a idosa informando ser funcionária do banco e que ela teve o cartão clonado. Por conta disso, segundo a golpista, o banco bloqueou o cartão e solicitou diversas informações para a vítima.
Após conseguir os dados, por telefone, a golpista informou que mandaria uma funcionária buscar o cartão na casa da vítima, visto que ela é do grupo de risco e não deveria sair de casa para entregar o cartão clonado na agência.
Sem desconfiar de nada, a idosa Maria da Conceição Macena Pereira abriu a porta para a suposta funcionária e entregou seu cartão. A golpista foi flagrada pelas câmeras de monitoramento do prédio entrando com o rosto coberto por uma máscara, para prevenir a transmissão do vírus. Quando contou os fatos para o filho e ele fez o alerta de que ela foi vítima de um golpe, as marginais já haviam sacado R$ 4 mil e feito R$ 10 mil em compras com o cartão.
Para denunciar, a delegada Raquel orienta o público a fazer o boletim de ocorrência eletrônico, visto que o atendimento presencial nas delegacias também está limitado em função do combate ao vírus, para proteção dos policiais e do público.
Em São Paulo, o endereço para fazer o boletim é https:// www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br/ssp-de-cidadao/home. Outros estados também possuem serviço de delegacia online e o endereço pode ser encontrado através do google.
Conheça os principais golpes
@Oferta de cadastro
Ofertas para fazer teste do coronavírus, ganhar máscaras, luvas ou álcool gel.
A vítima recebe a mensagem, que muitas vezes pode ter sido compartilhada de forma ingênua até por pessoa conhecida, com um link para clicar e fazer o cadastro. O link direciona a vítima para um site falso, onde é solicitado que ela preencha um cadastro com dados pessoais e número de celular. Nesse momento, o número é bloqueado e o estelionatário exige dinheiro para fazer o desbloqueio.
@Cadastro para receber o auxílio emergencial pago pelo Governo
A vítima recebe um falso e-mail ou mensagem com um link para se cadastrar e receber o dinheiro. Nesse link, são solicitados os dados pessoais e do cartão bancário, inclusive o código de segurança. Quando esses dados são informados, o cartão é clonado e as informações usadas para compras pela internet.
@Pedidos de doações para hospitais filantrópicos
Por telefone, golpistas ligam para as vítimas se identificando como representantes de um hospital da região e pedindo doações, informando uma conta para depósito ou até mesmo oferecendo para retirar o dinheiro presencialmente. Normalmente esse golpe tem origem de dentro das cadeias.
@Oferta de vacina contra a covid-19
Marginais também oferecem por telefone e internet uma falsa vacina contra o coronavírus. Interessada na imunização, a vítima preenche um cadastro ou passa seu endereço por telefone para receber a dose. Quando os falsos agentes de saúde chegam, ela abre sua casa e é anunciado o roubo.
@Ligação do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde anunciou que está telefonando para 125 milhões de pessoas para levantar informações sobre a pandemia do coronavírus. O objetivo é identificar quem é do grupo de risco ou está com sintomas. Marginais estão simulando essa ligação para obter dados pessoais e bancários das vítimas.
A primeira característica da ligação real é que será identificado o número 136, do Disque Saúde oficial do Ministério da Saúde. Se aparecer no identificador qualquer outro número, a chamada é falsa.
A ligação real também será feita por um robô, com uma voz artificial, não por um telefonista real. O robô vai perguntar somente seu nome, sua cidade, com quem você mora, se é do grupo de risco e se tem sintomas de covid-19.
Então é só ficar atento. Se tiver uma pessoa do outro lado da linha e ela perguntar nome, endereço ou qualquer outra informação, com certeza é golpe.
Mapa da Fraude apresenta dados no e-commerce
Um estudo realizado pela empresa ClearSale especialista em ações antifraude e mapeamento do comportamento e reputação do consumidor digital revela que a cada R$ 100 reais em compras realizadas no varejo eletrônico, R$ 3,47, em média, são tentativas de fraudes. O estudo, denominado Mapa Fraude no Brasil, analisou R$ 69 milhões em transações, o que representa cerca de 153 milhões de pedidos.
“O valor da compra é uma variável importante para determinar o risco da transação, uma vez que os pedidos fraudulentos costumam ter um valor maior que a média do e-commerce. Em 2019, o ticket médio dos pedidos suspeitos foi de cerca de R$ 1 mil”, explica Omar Jarouche, diretor de Soluções da Clearsale.
“A maioria dos fraudadores busca produtos e serviços mais caros e até mesmo de luxo, pois não irão pagar por isso e conseguem um retorno melhor na hora de revender o produto”, analisa Jarouche.
Horário
Os fraudadores preferem os dias de semana para realizar os crimes. O dia mais visado pelos criminosos é a terça-feira, que concentrou 17,43% do valor total das tentativas de fraude em 2019. Já domingo é o dia com o menor tentativas, com 8,19%.
O período que concentra a maior tentativa de fraudes é entre 12h e 23h, com 83%. A parte da manhã registra sozinha mais tentativas de fraude do que a noite e a madrugada juntas. Mais de 58% das tentativas de fraude aconteceram entre 6h e 17h59. Isso mostra que as ações fraudulentas seguem a curva geral de vendas do e-commerce e registram seus maiores picos durante o horário comercial.
Categorias
Celulares, Games e Bebidas são tradicionalmente as categorias mais fraudadas. Isso ocorre pela facilidade de revender o produto posteriormente, tanto pela procura, como pelo preço e pela facilidade de transporte.
A compra de Celulares concentra o maior registro de tentativa de fraude em 2019, com 8,73%, seguido por Bebidas, 8,04%, Games, 7,61% e Eletrônicos, 4,33%. Os produtos mais visados são aqueles com maior facilidade de serem revendidos no mercado paralelo, como os smartphones, categoria que conta com lançamentos constantemente e alta demanda dos consumidores.
Em 2019, a fraude em Bebidas cresceu, saindo de 5,10% para 8,04%. Games, que estava em segundo lugar em 2018, agora ocupa o terceiro, mas as fraudes na categoria seguem crescentes, saindo de 6,36% em 2018 para 7,61% em 2019.
Regiões
Na comparação por regiões, o Norte é a que tem maior exposição a fraudes, com 6,58%. O Nordeste aparece em segundo, com 5%, seguido de Centro-Oeste, 4,7%, Sudeste, 3,2% e Sul, 1,9%.
Sazonalidade
Ao contrário do que se imagina, mais vendas não significam necessariamente mais fraudes. Novembro, mês que o comércio eletrônico tem um aumento exponencial das vendas por conta da Black Friday, aparece como o de menor exposição a fraudes. Em 2019, a cada R$ 100,00 em transações, apenas R$ 2,38 foram tentativas de fraude durante o período.
Entre as datas comemorativas, que têm reflexo no aumento de vendas no varejo, o Dia dos Namorados é a que apresenta mais tentativas de fraude, representando 4,56% do total de vendas. Em termos comparativos, o Natal apresentou 3,38% e a Black Friday, 1,06%.
“O Mapa da Fraude é importante para derrubar mitos que atrapalham o combate a fraudes, como por exemplo acreditar que a fraude no e-commerce acontece de maneira isolada, durante a madrugada ou em períodos de grandes promoções e aumento no volume de vendas. A fraude é um crime extremamente dinâmico, realizado por profissionais e de maneira cada vez mais sofisticada”, analisa Jarouche.
Para não ser vítima de fraudes, o consumidor deve evitar realizar compras em sites suspeitos, e preferir o cartão de crédito como forma de pagamento. Ao optar por esse método em vez do boleto ou transferência bancária, o cliente consegue contestar a cobrança junto ao banco, o que não é possível com os outros métodos.
Em cada dez sites de e-commerce, um está desprotegido, revela estudo da Serasa Experia-
Com boa parte da população brasileira em isolamento social, as compras pela internet ganharam força neste mês de Dia das Mães. Só que para evitar golpes e transtornos financeiros, é preciso estar atento à segurança nas transações virtuais. Um estudo encomendado pela Serasa Experia- e realizado pela BigData Corp mostra que, em cada dez sites de e-commerce no país, um (13%) está desprotegido, ou seja, não possui um certificado de segurança (SSL – Secure Socket Layer) para proteção de dados. Isso equivale a aproximadamente 130 mil endereços de lojas on-line que não estão seguros.
Ainda que muitos varejistas brasileiros operem com sites sem proteção aos dados, a pesquisa mostra que houve uma melhora no volume de lojas de e-commerce que passaram a adotar o certificado de segurança em suas plataformas. Em dois anos, passou de 79% para 87% o número de lojas on-line que já contam com o protocolo SSL.
Para o consumidor descobrir se um site possui o certificado SSL, basta conferir se há um cadeado na barra de endereços do navegador, ou se há um “s” após o http (https), indicando segurança. É esse certificado que garante uma conexão segura e criptografada entre os dados trafegados e o servidor, o que evita o roubo de dados durante a transação.
O diretor de certificação digital da Serasa Experian, Maurício Balassiano, explica que uma das práticas mais comuns e perigosas em ambientes inseguros na internet é o chamado phishing, quando golpistas capturam as informações trocadas durante uma transação. “Hackers e cibercriminosos se aproveitam de brechas em sites desprotegidos para copiar dados pessoais como nome, endereço, CPF e senhas de cartão de crédito, por exemplo.
Em períodos de grande movimento no varejo eletrônico, como no Dia das Mães, esses dados capturados ilegalmente podem ser utilizados por estelionatários para realizar transações indevidas no nome de terceiros, o que pode gerar uma série de transtornos financeiros e legais aos consumidores”, alerta Balassiano.
O estudo também avaliou que muitas das transações feitas por meio de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, não são realizadas em ambiente seguros. Praticamente dois (17%) em cada dez aplicativos trocam informações com endereços que não contam com o certificado de segurança SSL, que criptografa e protege a troca de informações entre seus usuários.
36% dos sites operam com certificado de segurança vencido
De modo geral, 18% dos sites brasileiros – incluindo não apenas e-commerce, mas também endereços corporativos, governamentais, blogs, entre outros – não operam com uma camada de proteção SSL. Outra constatação preocupante é que, mesmo entre os sites que possuem certificados de segurança, mais de um terço (36%) estão expirados e, portanto, não conferem efetividade na proteção dos dados transacionados, um aumento de 22 pontos percentuais na comparação com a pesquisa de 2019. Além disso, 50% dos sites que possuem certificado SSL terão suas licenças vencidas em no máximo três meses e precisarão ser renovados.
Também houve um aumento no volume de sites com mais de meio milhão de visitas mensais que não possuem certificados SSL: passando de 4% para 14% em 12 meses. Nesse segmento, os protegidos formam 86%. Entre os sites médios – com acessos que variam de 10 mil a 500 mil mensais – o índice de desprotegidos chega a 17%. Já entre os sites pequenos, que recebem menos de 10 mil visitas por mês, o protocolo SSL não está presente em 18% dos casos.
Os especialistas da Serasa Experia- esclarecem que um ambiente seguro no comércio on-line é vantajoso tanto para clientes quanto para o lojista. “O certificado SSL não traz segurança apenas para o cliente, mas também para a própria empresa, uma vez que todos os dados de transações são criptografados. Além disso, empresas que operam sites sem o certificado SSL tendem a ser prejudicadas em resultados nos sites de busca, o que atrapalha a visibilidade da marca e, consequentemente, a realização de mais vendas”, afirma Balassiano.
Para ajudar o consumidor a realizar compras on-line com segurança, os especialistas da Serasa Experia- preparam algumas dicas. Confira:
– Pesquise a reputação do site: só inclua suas informações pessoais e dados de cartão de crédito se tiver certeza de que se trata de um ambiente seguro. Em caso de ofertas de lojas desconhecidas, faça uma pesquisa em sites dedicados à avaliação e reputação de lojas virtuais;
– Desconfie de ofertas milagrosas: desconfie sempre de ofertas com preços muito abaixo do mercado. E-mails com valores, promoções e vantagens muito especiais merecem desconfiança. É comum que os cibercriminosos usem nomes de lojas conhecidas para tentar invadir o seu computador. Eles se valem de e-mails, SMS e réplicas de sites para tentar pegar informações pessoas, dados de cartão de crédito e senhas;
– Não clique em qualquer link: atenção com links e arquivos compartilhados em grupos de mensagens de redes sociais. Eles podem ser maliciosos e direcionar para páginas não seguras, que contaminem os dispositivos com vírus para funcionarem sem que o usuário perceba;
– Navegue com segurança: é extremamente importante manter atualizado o antivírus do seu computador, diminuindo os riscos de ter seus dados pessoais roubados por arquivos espiões.