Tribuna Ribeirão
Economia

Bandeira verde de Energia não terá adicional em maio

Marcello Casal jr/Agência Brasil

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) in­formou nesta sexta-feira, 29 de abril, que a bandeira tari­fária de maio será verde para todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional, que abrange a maior parte do país. Assim, não haverá co­brança extra na conta de luz, segundo a agência.

Segundo a Aneel, devido às condições favoráveis de geração de energia, é a pri­meira bandeira verde anun­ciada para todos os consumi­dores desde o fim do período de escassez hídrica, que vigo­rou entre setembro de 2021 e abril deste ano.

Criado pela Aneel em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo real da energia gerada, possibi­litando aos consumidores o bom uso da energia elétrica. O cálculo para acionamento das bandeiras tarifárias leva em conta, principalmente, dois fatores: o risco hidroló­gico (GSF, na sigla em inglês) e o preço da energia (PLD).

A Aneel propôs, no dia 12, aumentos superiores a 50% nos valores das bandeiras ta­rifárias amarela e vermelha 1. A taxa adicional é cobra­da nas contas de luz quando a geração de energia elétrica está mais cara no país, prin­cipalmente por causa da falta de chuvas e o acionamento de usinas térmicas.

Pela proposta, o valor da bandeira tarifária amarela passaria por um aumento de 56%, de R$ 1,874 a cada 100 quilowatts (kWh) para R$ 2,927. Já a bandeira vermelha 1 passaria de R$ 3,971 para R$ 6,237, alta de 57%. O pa­tamar mais caro da bandeira, a vermelha 2, teria uma redu­ção de 1,70%, de R$ 9,492 a cada 100 kWh para R$ 9,330. Os novos valores devem valer para 2022 e 2023.

A proposta, no entanto, ainda pode sofrer alterações durante a consulta públi­ca. As contribuições sobre o tema podem ser enviadas até quarta-feira, 4 de maio. A discussão na agência regu­ladora acontece logo após o anúncio do fim da cobrança da bandeira escassez hídrica, que estava em vigor desde se­tembro de 2021 por conta da grave seca nos reservatórios.

O relator do processo na Aneel, Sandoval Feitosa, afir­ma que os reajustes foram pressionados por uma série de fatores. Entre eles a corre­ção monetária pela inflação, que fechou 2021 em 10,06%, além do custo expressivo da geração de energia, por conta da alta do custo dos combus­tíveis, que praticamente do­brou no ano passado, e a con­tratação de térmicas como energia de reserva em leilão realizado em dezembro.

A agência aprovou em julho reajuste nas bandeiras amarela e vermelha patamar 1. A taxa cobrada pela bandeira amarela aumentou de 39,5%, de R$ 1,343 a cada 100 qui­lowatts-hora (kWh) para R$ 1,874. Já a bandeira vermelha 1 passou de R$ 4,169 a cada 100 kWh consumidos para R$ 3,971 – redução de 4,75%.

Em junho, a agência já havia aprovado um aumento de 52% no valor da bandeira vermelha 2. Até então o valor cobrado era de R$ 6,24 a cada 100 kWh, mas subiu para R$ 9,49. Em setembro, ao criar a bandeira “escassez hídrica”, a fatura teve acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh, alta de 46,93%.

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