Tribuna Ribeirão
Economia

Bancos vão poder abrir aos sábados

ALFREDO RISK

O texto da Medida Provi­sória da Liberdade Econômica aprovado na quarta-feira, 21 de agosto, no Senado, preservou os pontos originais da MP enviada pelo governo, como o fim da necessidade de licenças e alvarás para negócios de baixo risco, e a proibição do “abuso regulatório”, como a criação de regras para leis para reserva de mercado ou controle de preço. A MP tam­bém permite que bancos abram aos sábados. Ribeirão Preto tem mais de 100 agências.

Permaneceram ainda a previsão de que o eSocial será substituído por outro progra­ma em até 120 dias e a criação da carteira de trabalho eletrô­nica. O Senado derrubou a au­torização para o trabalho aos domingos e feriados. Essa per­missão, que havia sido aprova­da na Câmara, era defendida pelo governo, mas causou po­lêmica entre os senadores.

Como a MP perderia a vali­dade na próxima terça-feira, dia 27, se não fosse votada, o gover­no preferiu recuar e concordar com a retirada da autorização de trabalho aos domingos para garantir a votação a tempo. O artigo foi considerado um “jabuti”, ou uma matéria es­tranha à medida, e retirado do texto aprovado sem novas alte­rações, o que evitou que a me­dida tivesse que ser novamente analisada pela Câmara.

Projeto de lei
O governo, no entanto, deve enviar um projeto de lei reto­mando a autorização de traba­lho nesses dias, assim como ou­tros pontos que ficaram de fora do texto final aprovado. Ainda na votação da Câmara, parla­mentares e a equipe econômica já costuravam um “projeto das sobras”, com pontos que foram retirados, como a previsão para que quem ganha mais do que R$ 30 mil não esteja mais protegido pela legislação trabalhista.

“A votação da MP da Liber­dade Econômica é boa, mas não foi o ideal”, diz o secretário de Previdência e Trabalho do Mi­nistério da Economia, Rogério Marinho. O texto aprovado na Câmara autorizava o trabalho aos domingos e feriados irres­tritamente e previa uma folga aos domingos por mês Hoje, o trabalho aos domingos depen­de de acordos e convenções de cada categoria. No comércio, por exemplo, há em algumas lo­calidades permissão para o tra­balho, desde que haja uma folga a cada três domingos.

Com o risco de perda da va­lidade da MP, os parlamentares governistas trabalharam ontem durante todo o dia para que fos­se aprovado o texto conforme veio da Câmara, que ratificou a medida na semana passada. No plenário, os senadores reclama­vam do pouco tempo para ana­lisar a medida e de que a Casa acaba funcionando como “ca­rimbador” de medidas.

A relatora do projeto no Senado, Soraya Thronicke (PSL-MS) disse que o próprio Senado tinha parcela de culpa por ter demorado a indicar senadores para compor a co­missão especial que analisou a medida. “É um projeto de Estado, não do presidente Jair Bolsonaro”, apelou.

Além do trabalho aos do­mingos, a movimentação de representantes de cartórios também levou a discussões sobre a retirada do texto apro­vado na Câmara da previsão de que o registro de regulamentos de fundos de investimento não precisa mais ser feito em cartó­rios, valendo apenas o registro da Comissão de Valores Mobi­liários (CVM). Esse trecho foi mantido e aprovado.

De acordo com dados da equipe econômica, isso é impor­tante para reduzir os custos de investimento no Brasil, já que o custo de registro de regulamen­tos é significativo para o mer­cado brasileiro, que despende anualmente R$ 3,8 milhões na constituição de fundos.

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