Após denúncias de clientes ao Tribuna Ribeirão, Agência Desenvolve SP, agente financeiro responsável pelas cobranças, confirmou falha em planilha eletrônica enviada ao Serasa
Adriana Dorazi – Especial para o Tribuna
Na última semana diversos clientes do Banco do Povo Paulista (programa do Governo Estadual em parceria com as prefeituras), receberam cartas de cobrança do Serasa com valores astronômicos. De R$ 1 milhão até mais de R$ 4 milhões, valores cerca de 47 vezes maiores ao empréstimo máximo da instituição que é de R$ 21 mil.
A reportagem do Tribuna não conseguiu confirmar exatamente quantas cartas da cobrança indevida foram enviadas em todo Estado, mas na região de Ribeirão Preto foram registrados casos em pelo menos cinco cidades. A Agência Desenvolve SP – agente financeiro do Banco do Povo – encaminhou uma nota oficial, reconhecendo a falha no sistema. A nota informa “ter havido falha de software na geração da planilha com informações para a Serasa Experian. O problema foi detectado rapidamente e imediatamente corrigido, com a exclusão dos registros incorretos”.
Também de acordo com o comunicado, a Desenvolve SP “está enviando correspondência a todos os que receberam a comunicação da Serasa, esclarecendo o que aconteceu, informando que já que foi feito o cancelamento dos pedidos de inclusão de dívidas junto à Serasa e que não houve qualquer prejuízo aos consumidores”.
Também procurada pela reportagem, a Serasa Experian esclareceu que, enquanto gestora de banco de dados, recebe das empresas credoras as informações para inclusão de dívidas no cadastro de inadimplentes. “A Serasa informa que apurou junto à empresa credora e esclarece que houve uma inconsistência no envio de informações. O tema já foi prontamente resolvido pela empresa credora”, justifica.
Os agentes de crédito do Banco do Povo de cada município poderão tirar um extrato para esclarecer dúvidas dos clientes e informar o valor real dos débitos. A coordenação do Banco do Povo Paulista em São Paulo não se manifestou sobre o caso, alegando que a questão foi esclarecida pela Desenvolve SP.