Na manhã desta sexta-feira, 10 de agosto, quatro unidades da Caixa Econômica Federal da cidade foram abertas com uma hora de atraso por causa de protestos promovidos pelo Sindicato dos Bancários de Ribeirão Preto e Região. Na noite de quinta-feira (9), a categoria rejeitou, em assembleia, a proposta salarial apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que prevê apenas reajuste com base na inflação, sem ganho real.
A data-base da categoria é 1º de setembro. Segundo os sindicatos representados pelo comando, não será admitida proposta que não contemple aumento real, compatível com a lucratividade do setor. Caso as exigências não sejam atendidas, não está descartada a possibilidade de greve. Os bancários querem a reposição da inflação acumulada em doze meses – de setembro de 2017 e agosto deste ano – com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indexador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Atualmente, o índice está acumulado em 3,61% – de agosto do ano passado a julho de 2018. Os bancários também pedem ganho real de 5%. Ribeirão Preto conta com 214 agências de vários bancos. São mais 160 na região. “Enquanto oferecem zero de aumento real para os trabalhadores, cobram taxas de juros absurdas dos clientes, com cheque especial a 305% ao ano e 292% ao ano no rotativo do cartão de crédito. Lucraram R$ 80 bilhões em 2017 em plena crise econômica e fecham milhares de postos de trabalho e agências bancarias”, diz o Comando Nacional dos Bancários em nota.
A proposta aponta para um reajuste próximo entre 3% e 4%. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) informou que a proposta patronal se aplica a salários, participação nos lucros ou resultados (PLR), vales e demais verbas econômicas. No ano passado, bancários de todo o país tiveram seus contracheques reajustados em 2,75%. O percentual teve por base é a inflação dos últimos 12 meses, além de 1% de aumento real.
O reajuste atingiu também as demais verbas financeiras. Assim, o auxílio-refeição passou a ser de R$ 33,50 por dia. A cesta alimentação subiu para R$ 580,81 e o auxílio creche/babá foi para R$ 446,10. No ano passado não houve greve em Ribeirão Preto, mas em 2016 durou 30 dias. Só terminou depois que os funcionários de bancos privados e do Banco do Brasil aceitaram a proposta da Fenaban, de reajuste salarial de 8% mais um abono de R$ 3,5 mil. A oferta previa também reposição integral da inflação neste ano mais 1% de aumento real nos salários e em todas as verbas.