A Páscoa de 2025 promete ser um período de expansão para o setor supermercadista, com a Associação Paulista de Supermercados (Apas) projetando um crescimento de 4,2% nas vendas em relação ao ano passado. A data se consolida como uma das mais relevantes para o varejo, ficando apenas atrás do Natal e da Black Friday.
“Estamos otimistas com a Páscoa, um cenário de preços em desaceleração nesse primeiro trimestre e um feriado mais longo incentiva mais encontros entre família e amigos. Uma excelente oportunidade para incrementar as vendas. O cenário geral é positivo, e a previsão de crescimento nas vendas demonstra a força da data para o setor”, afirma Erlon Ortega, presidente da Apas.
Em relação aos preços, existe um comportamento não uniforme dos itens que compõem a cesta de Páscoa. O bacalhau, item tradicional da celebração, teve um aumento de apenas 0,49% nos últimos doze meses, até fevereiro de 2025, o que o torna uma opção atraente para os consumidores.
“Com o aumento da renda real e a estabilização dos preços, o bacalhau se apresenta como uma alternativa viável para a mesa de Páscoa deste ano. Além disso, itens essenciais para os pratos salgados, como cebola e batata, apresentaram uma queda superior a 50% no mesmo período”, comenta Felipe Queiroz, economista-chefe da Apas.
Por outro lado, o azeite de oliva, embora tenha registrado uma alta de 9,25% nos últimos doze meses, está em trajetória de desaceleração desde abril de 2024. A recente redução de tributos de importação sobre itens da cesta básica promete impactar positivamente o preço do azeite nos próximos meses.
Entre os itens que terão aumento expressivo de preços, destacam-se a azeitona e o chocolate. Nos últimos doze meses encerrados em fevereiro de 2025. Nos últimos doze meses até fevereiro de 2025, o preço das azeitonas subiu mais de 25%, enquanto o chocolate teve um aumento de 15,5%. Além disso, as bebidas alcoólicas, como o vinho, acumularam uma alta de 9,52% no mesmo período, superando a inflação geral.
A expectativa é que, mesmo com esses aumentos, a diversidade de opções e a estabilidade de outros produtos populares, como o bacalhau, garantam uma Páscoa mais vantajosa para os consumidores, com o setor supermercadista projetando uma temporada positiva.
Segundo Felipe Queiroz, o crescimento real das vendas do setor no período da Páscoa, que este ano ocorre na segunda quinzena de abril, será impulsionado por uma série de fatores. “O aumento da população economicamente ativa ocupada e o crescimento da renda real devem contribuir para o desempenho do setor”, explica.
Um levantamento preliminar feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) indica que os ovos de chocolate estão 9,52% mais caros neste ano. A alta é menor do que a registrada em 2024, quando esses produtos tiveram avanço de 10,33% nos preços às vésperas da Páscoa.
Com a elevação registrada neste ano de 2025, a alta acumulada dos ovos de Páscoa nos últimos três anos chegou a 43%. Ainda segundo a sondagem, o chocolate teve alta de 27,09% neste ano. Já os bombons tiveram aumento de 13,58%. Outro produto muito consumido durante o período da Páscoa, o bacalhau ficou 3,91% mais caro em relação ao ano passado.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) indicam que foram produzidos neste ano 45 milhões de ovos, volume 22,5% menor do que no ano anterior, quando foram fabricadas 58 milhões de unidades. Por outro lado, a variedade de outros produtos que também levam chocolate na sua composição aumentou de 611 tipos em 2024 para 803 neste ano, alta de 31,5%.
Segundo dados são da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os preços dos ovos de chocolate e produtos relacionados (bombons, mini ovos, coelhos e barras) registraram aumento médio de 14%. Já as colombas ficaram 5% mais caras.
Entre os produtos importados, a elevação foi, em média, de 20%, com destaque para o azeite (18%), bacalhau (10%) e vinhos importados (7,5%). Nas bebidas, também foram observadas altas nos preços da cerveja (5%), refrigerante (6%) e vinho nacional (7%).