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Aznar Casanova e as intrigantes relações entre atenção, percepção e consciência

O Prof. José. Antonio Aznar Casanova iniciou sua carreira na Universidade de Barcelo­na em 1991. Vindo da Universidade de Valência (1990-91) e da Universidade Autônoma de Barcelona (1991), seu interesse de pesquisa, percorrendo os conteúdos de psicologia experi­mental e percepção e atenção visual, sempre contou com o apoio do Ministério de Educação e Ciência do Governo Espanhol. Atualmente, membro da Sociedade Espanhola de Psicologia Experimental (SEPEX), foi convidado de honra da 49ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia, ocorrida de 22 a 25 de outubro passados, na Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.

Sob a coordenação do Prof. Joaquim Carlos Rossini (UFU), o Seminário “A interação entre atenção e percepção: um enigma da consciência”, contou com uma concorrida sessão do Prof. Aznar voltada para a atenção visual, visão binocular e movimentos oculares, mostrando aos presentes como esses três mecanismos, coordenados, permitem gerar precisão e eficiência na visão tridimensional.

Por sua vez, na conferência “As intrigantes relações entre atenção, percepção e consciência”, o professor Aznar procurou explicar de que modo o “como”, “onde” e “quando” ocorre a expe­riência consciente nos circuitos cerebrais tem se revelado um dos desafios mais importantes para a ciência no século XXI. De acordo com suas pesquisas, o Professor Aznar esclareceu que a consciência é a substância mais complexa que o universo já produziu, mas, até o momento, não sabemos se a mesma, enquanto fenômeno cognitivo, é o resultado da complexidade com­putacional que ocorre nos circuitos cerebrais e, por isso, um fenômeno emergente da matéria, ou se se trata apenas da substância da qual é feita.

Tal raciocínio coloca em questão a discussão de três importantes fenômenos, a saber: ma­téria, espaço e tempo. Nossa experiência consciente em um mundo material devendo emergir do relacionamento que ocorre entre três elementos: 1º) o mundo físico externo, 2º) o mundo da experiência sensorial interna e 3º) o sistema executor de ações ou programas motores que compõem o comportamento. Nesta tripla interação, o sujeito transforma o mundo e, por sua vez, é transformado pelo mundo. No entanto, só temos acesso sensorial às dimensões do mundo que são relevantes para a nossa sobrevivência. E o sistema mente-cérebro parece se comportar como um dispositivo sintonizado com a realidade externa.

De acordo com Aznar, este dispositivo, dada uma entrada sensorial, gera uma represen­tação da qual podemos ou não estar cientes. Aparentemente, o mundo ao nosso redor está sendo continuamente construído por nosso sistema mente-cérebro e, talvez, só exista dentro de nossa consciência. Tais reflexões viabilizando o exame da consciência a partir de quatro eixos ou dimensões, que são a filosofia da mente, o evolucionismo e as perspectivas bioneuro­fisiológica e cognitivo-emocional.

Com a temática “Psicologia: direito de tod@s”, o professor Aznar, entre outros, representou, na 49ª Reunião, o que há de melhor na produção científica internacional em Psicologia.

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