Um avião de pequeno porte caiu na tarde desta sexta-feira, 30 de novembro, na avenida Antônio Nascimento Moura, próximo ao Campo de Marte, na Zona norte de São Paulo. De acordo com uma testemunha, a aeronave estava decolando quando acabou caindo ao lado de um posto de gasolina. O Corpo de Bombeiros informou que os corpos do piloto e do copiloto já foram retirados. As vítimas são Guilherme Murback e Leonardo Yamamura.
A mãe de um deles passou mal ao chegar ao local do acidente e foi socorrida por uma ambulância. De acordo com o Corpo de Bombeiros, pelo menos duas pessoas morreram (o piloto e o copiloto) e 12 ficaram feridas. A aeronave atingiu uma casa e danificou pelo menos outras duas. O avião havia acabado de decolar do Campo de Marte às 15h55, com destino a Jundiaí, na região de Campinas, quando caiu.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já deu início à investigação. Deverão ser reunidos para análise dados como fotografias, partes da aeronave, documentos, além de relatos de testemunhas. “A investigação realizada pelo Cenipa tem o objetivo de prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram”, informou. O prazo de conclusão dependerá da complexidade do acidente.
Entre os feridos, sete eram pedestres que passavam pelo local do acidente e cinco, pessoas que estavam dentro das casas atingidas pela aeronave. Nenhum dos feridos corre risco de morrer e o foco do incêndio foi controlado. O motorista de aplicativo Selmo Eugênio da Silva, de 44 anos, levava um passageiro da Barra Funda, na Zona Oeste, até Santana, na Norte, no momento da queda. “Não sei como consegui escapar daquele incêndio, veio muito rápido em cima de nós”, disse.
Segundo Silva, o carro estava parado no farol quando foi atingido. “Pensei que um carro tinha batido atrás. O passageiro saiu, passando por cima de mim. Tentei sair e não conseguia. Apertei o botão do cinto, daí saí de dentro (do carro).” Silva queimou parte do braço e foi atendido no local. Agora, está preocupado com o passageiro que, segundo ele, “se queimou bastante”. “Quero o telefone dele, ligar para ele.” O carro onde estavam explodiu logo depois da queda do avião.
O Campo de Marte, que opera com aviação geral, com voos executivos e escola de pilotagem, registrou diversos acidentes com aeronaves e helicópteros. Especialista em prevenção de acidentes, Luiz Alberto Bohrer, diz que o aeroporto tem condições regulares e está dentro das normas e regras de segurança para pousos e decolagens. “O aeroporto não é perigoso, mas há um risco maior para as casas que ficam no seu entorno. Um risco que existe em torno de qualquer aeroporto”, diz ele.
Para ele, o número alto de acidentes no local pode ser explicado pelo tipo de operação. A aviação comercial têm, em geral, maior fiscalização do que a aviação geral. “As exigências e a fiscalização são menores e isso dá margem para que o nível de risco se eleve. O proprietário de um avião pequeno é o responsável pela manutenção da aeronave e pela contratação de pilotos experientes e que respeitem as regras de treinamento.”