Dia 8 de dezembro a avenida Paulista completou mais um aniversário. Tal efeméride quase desapercebida por este escriba que passou grande parte da vida em quarteirões muito próximos a ela, não podia deixar de ser comentada, se bem que tardiamente. Assim é que quase um mês passado do seu aniversário, minha pena irá a percorrer!
Chegando aqui à mais paulista das avenidas,
Perguntas e inquirições se fazem!
Não sobre ela, linda como sempre…
No entanto, as perguntas respondo a quem se lembra dela antes.
Quem sabe dela irá se falar, se é que a avenida Paulista se permite ter passado ou presente?
Ela simplesmente existe! É linda, não importa se o véu cinza que cobre o céu paulistano quase todos os dias ainda não se tenha desvanecido.
Seu colorido cintila nos olhos e seus sons se fazem música aos ouvidos;
As cores e os sons misturam-se em êxtase junto aos nossos sentidos.
Seja o boy ou o executivo,
Trajes invernais ou short batido.
Meninas, senhoras, gravatas, patins bicicletas…
Tudo nela existe, é sortido.
Dos prédios, nem se falar; bronzes ou concreto hercúleo, são a garra do seu espigão.
A mais paulista das avenidas… Minha adorada AVENIDA PAULISTA!
Nós a conhecemos como avenida, a amamos como Paulista. O asfalto quase a desencaminhou. Antes eram carreiras do pétreo paralelepípedo a firmar os trilhos em seu centro, e lá ia, ou vinha, o bonde camarão! A Paulista mantinha o comportamento austero do que conhecíamos como avenida…
Os bondes se foram, as mãos duplas a pressionaram. Em um momento de sua história, o metrô a estrangulou – é a necessidade de urbanismo e mobilidade com falta de poesia. Ela se contorceu e se esforçou dirigindo-se ao céu! Recusa-se ser apertada. Para ela, não existe sarjeta, explode aumentando o espigão.
Ela não acredita no palmo de terra nua… Ela é a avenida, a mais paulista das avenidas. Vive no ar de cada andar de seus prédios, a avenida PAULISTA…