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Avenida 9 de Julho vai passar por obras

ALFREDO RISK

Motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres que pas­sam pela avenida Nove de Ju­lho, um dos cartões-postais de Ribeirão Preto, no Alto da Ci­dade e que corta vários bairros – Vila Seixas, Higienópolis, Jar­dim Sumaré etc. –, reclamam da situação do pavimento. Em vários trechos há paralelepípe­dos soltos. Além de danificar o veículo, o problema ainda pode provocar acidentes se o condutor não estiver atento.

A prefeitura de Ribeirão Preto já concluiu o projeto executivo para restauração da avenida. A situação também envolve burocracia e cautela, já que a via – incluindo seus paralelepípedos e as pedras portuguesas do canteiro cen­tral – é tombada desde 2008 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac). Por ser considerada patrimônio his­tórico da cidade, a Nove de Julho não pode ter o projeto original alterado.

Por meio de nota da Coorde­nadoria de Comunicação Social (CCS), a Secretaria Municipal de Obras Públicas informa que “a avenida Nove de Julho passa­rá por restauração, já que é tom­bada desde 2008 e patrimônio histórico de Ribeirão Preto. O projeto executivo já foi concluí­do e faz parte do Programa Ri­beirão Mobilidade, aguardando a abertura de licitação”. Ressalta que “por ser patrimônio históri­co da cidade, o projeto original não pode ser alterado”.

Diz ainda que “a via será completamente restaurada, mantendo os paralelepípedos e pedras portuguesas do can­teiro central. Em toda sua ex­tensão, o canteiro central e as calçadas serão revitalizados. Todas as esquinas da avenida contarão com rampas de aces­so para cadeirantes com piso tátil direcional e de alerta, in­dicando os pontos de espera e de travessia para deficientes vi­suais. Também serão implan­tados novos pontos de ônibus com pavimento de concreto”.

Em relação aos problemas pontuais em alguns trechos, a Secretaria Municipal da Infraestrutura diz que fará reparos específicos em locais da via onde há buracos. Na Câmara de Vereadores, uma Comissão Especial de Estu­dos (CEE) foi criada no final de setembro de 2019 para discutir alternativas para o tráfego de veículos pesados na avenida Nove de Julho.

Presidida pelo vereador Elizeu Rocha (PP), também quer encontrar uma maneira de recuperar a avenida, pre­servando o patrimônio histó­rico, mas garantir a segurança de motoristas e pedestres que circulam por ali. Considerada um cartão-postal da cidade, a Nove de Julho foi planejada pelo prefeito João Rodrigues Guião em 1921. Os primeiros quarteirões da avenida foram entregues no dia 7 de setembro de 1922, com o nome de aveni­da da Independência.

A avenida passou a se cha­mar Nove de Julho alguns anos depois e ganhou prestígio na cidade a partir do início da década de 1950. As residên­cias construídas nas proxi­midades seguiram, em sua maioria, o estilo moderno. Com o passar do tempo, foi perdendo suas características de área residencial.

Ao longo dos últimos 20 anos ela se transformou no principal centro financeiro da cidade e região. É famosa pelas frondosas sibipirunas. Mesmo com a transformação que sofreu nos últimos 40 anos a avenida manteve suas características que lembram a década de 1950 – os paralelepípedos da rua e o cal­çamento dos canteiros centrais.

Ao longo de seus pouco mais de dois quilômetros, re­úne cerca de 30 bancos, entre comerciais e de investimentos, além de seguradoras, con­sórcios, bares, restaurantes, lanchonetes etc. Um dos prin­cipais problemas para a ma­nutenção dos paralelepípedos da avenida é a falta de mão de obra especializada. Os últimos calceteiros se aposentaram e faltam profissionais na área.

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