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Avançam as denúncias por intolerância religiosa

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A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo registrou aumento de 1.135% nas denúncias de in­tolerância religiosa na com­paração entre 2019 e 2021. Foram 210 denúncias no ano passado, 245 em 2020 e 17 em 2019. Apenas na pri­meira quinzena deste ano, a Ouvidoria já recebeu quatro denúncias, todas contra reli­giões de matriz africana.

Em 21 de janeiro, foi ce­lebrado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Re­ligiosa. Está em segundo lu­gar no ranking de denúncias recebidas pela Ouvidoria da SJC, que também é responsá­vel por atender queixas sobre outros tipos de discrimina­ção. Homofobia aparece em primeiro lugar.

Com objetivo de apri­morar ainda mais o atendi­mento, desde agosto do ano passado a Ouvidoria classi­fica as denúncias recebidas em todo o Estado de São Paulo por religião. Constam católica, evangélica, islâmica, judaica, de matriz africana, bruxaria e outras.

Nos últimos cinco meses de 2021 foram contabilizadas 74 reclamações, das quais 57 de religiões de matriz afri­cana (como umbanda e can­domblé); as doutrinas cató­lica e evangélica registraram seis denúncias, bruxaria três e as práticas islâmica e judai­ca uma cada.

Para combater ações dis­criminatórias relacionadas a fé e credo religioso, o Estado de São Paulo regulamentou a Lei Estadual da Liberdade Re­ligiosa (nº 17.346/2021), pelo decreto nº 66.440, publicado no último dia 18 de janeiro. “É mais uma ferramenta para proteger e garantir o direito constitucional fundamental à liberdade religiosa da popula­ção paulista”, diz o secretário da Justiça e Cidadania, Fer­nando José da Costa.

“A Secretaria da Justiça e Cidadania trabalha para cons­cientizar sobre as consequên­cias geradas por atos discrimi­natórios por meio da educação em direitos humanos”, desta­ca. Nesse sentido, uma das alternativas para resolver tais conflitos é a mediação, antes mesmo da instauração do processo administrativo.

Se a ação prosseguir, pode acarretar de advertência a mul­ta administrativa, que pode chegar a três mil Unidades Fiscais do Estado de São Pau­lo (Ufesps, cada uma vale R$ 31,97 este ano), o equivalente a R$ 95.910, se o infrator for primário. Atualmente, existem três processos em tramitação por intolerância na SJC e ainda nenhuma condenação.

Atuante em prol da tole­rância, liberdade religiosa e cultura da paz, a SJC coordena o Fórum Inter-Religioso para uma Cultura de Paz e Liberda­de de Crença, que é responsável por políticas públicas em todo o Estado e também por rece­ber e colaborar na análise das denúncias de intolerância reli­giosa. As denúncias podem ser feitas nos canais da SCJ. O site da Secretaria da Justiça e Cida­dania do Estado de São Paulo é o www.justica.sp.gov.br.

Os telefones da Ouvidoria são (11) 3291-2621 e 3291- 2624, que atendem de segun­da a sexta-feira, das dez às 17 horas. Segundo o instituto de pesquisa Datafolha, a popu­lação brasileira é majoritaria­mente composta por cristãos – 50% católica, 31% evangélica e 3% espírita. Outros 10% não têm religião e 2% são de religi­ões afro-brasileiras (umbanda, candomblé e outras). Ateus e “outros” representam os 4% restantes. O desrespeito a qual­quer uma delas configura-se como intolerância religiosa.

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