O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 19 de agosto, que o auxílio emergencial deve ser prorrogado por mais alguns meses, podendo ser estendido até o final do ano. A declaração foi dada durante cerimônia, no Palácio do Planalto, em que o presidente sancionou duas medidas provisórias (MP) aprovadas pelo Congresso Nacional, a que institui o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (MP 944/20), e a que cria o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (MP 975/20).
De acordo com o presidente, o valor do benefício aos informais pesa nos cofres públicos e, por isso, deverá ser reduzido nos próximos pagamentos. Segundo Bolsonaro, a quantia deve ser superior aos R$ 200 defendidos pela equipe econômica, mas menor do que os atuais R$ 600. No discurso, o presidente também fez gestos de apoio ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Os R$ 600 pesam muito para a União. Isso não é dinheiro do povo, que está guardado, é endividamento. Se o país se endivida demais, você acaba perdendo a sua credibilidade para o futuro. Os R$ 600 são muito. O Paulo Guedes… Alguém da economia falou em R$ 200, eu acho pouco, mas dá para chegar em um meio termo e nós buscamos que ele (auxílio) venha a ser prorrogado por mais alguns meses, talvez até o final do ano”, disse Bolsonaro.
Instituído em abril, para conter os efeitos da pandemia sobre a população mais pobre e os trabalhadores informais, o programa concede uma parcela de R$ 600 a R$ 1.200 (no caso das mães chefes de família), por mês, a cada beneficiário. Inicialmente projetado para durar três meses, o auxílio já teve um total de cinco parcelas aprovadas. Ao todo, são 66,4 milhões de pessoas atendidas. O valor desembolsado pelo governo até agora foi de R$ 161 bilhões, segundo balanço da Caixa Econômica Federal.
Segundo Bolsonaro, o assunto está em “fase final” no governo e foi abordado durante café da manhã com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no Palácio da Alvorada. O presidente também disse ser muito ligado ao ministro Paulo Guedes e buscou afastar rumores de que cogite a sua exoneração. “Eu sou tão ligado ao Paulo Guedes, mas tão ligado, que eu moro no Alvorada e ele no Torto”, afirmou em referência às residências oficiais da Presidência, em Brasília.