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Auxílio deve chegar a mil pessoas em RP

ALFREDO RISK

O auxílio emergencial de Ribeirão Preto deve beneficiar mais de mil pessoas na cidade. A informação é do presiden­te da Câmara de Vereadores, Alessandro Maraca (MDB), que discute a possibilidade de o município bancar o benefí­cio com o prefeito Duarte No­gueira (PSDB).

Ele revela que duas reuni­ões já foram realizadas para definir como o programa fun­cionará. Duarte Nogueira tam­bém afirmou que, já na próxi­ma semana, deve apresentar ao Legislativo o projeto que cria o auxílio emergencial no muni­cípio. De acordo com apuração do Tribuna, estão sendo estu­dadas duas frentes de atuação do benefício.

A primeira é aumentar o número de vagas para jovens aprendizes da Fundação de Educação para o Trabalho (Fundet). Neste caso, a ideia é criar mais 300 postos, contra os atuais 60 na administração municipal. Diferentemen­te dos estagiários contrata­dos por meio do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), a contratação dos jo­vens aprendizes é pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com registro em carteira, bolsa no valor de R$ 450 e vale-transporte.

“Em muitos casos, o di­nheiro destes adolescentes é a principal fonte de renda de suas famílias”, afirma Maraca. A outra alternativa para viabi­lizar o auxilio emergencial é a criação de frentes de trabalho. Neste caso, o total de vagas poderá chegar a mil trabalha­dores. Para evitar problemas jurídicos como os do antigo Cidade Limpa, detalhes técni­cos e jurídicos estão sendo am­plamente analisados.

A frente de trabalho Ci­dade Limpa foi um programa implantado em 1997, na gestão do então prefeito Luiz Roberto Jábali (PSDB). Empregou cer­ca de 460 pessoas em Ribeirão Preto. As associações de bairro contratavam mão de obra para trabalho de limpeza em regime de mutirão. Os contratados ti­nham uma jornada de quatro horas diárias e recebiam men­salmente um salário mínimo.

O programa garantia o em­prego ao contratado por qua­tro meses. Entretanto, acabou sendo desativado por causa de questionamentos da Justiça de Ribeirão Preto em relação à prestação de contas feitas pelas associações de moradores. Pela proposta em estudo, parte dos recursos financeiros seria via­bilizada com a devolução ante­cipada pela Câmara do duodé­cimo a que tem direito.

Segundo Alessandro Ma­raca, até junho o Legislativo deve devolver para a prefei­tura cerca de R$ 6 milhões. Oficialmente, os recursos devolvidos pela Câmara não são verbas carimbadas e por isso podem ser usadas pela prefeitura do jeito que ela desejar. Mas um acordo pre­tende direcionar o montante para o auxílio emergencial.

O repasse de recursos feito pelo Executivo ao Legislativo, chamado de duodécimo, é usa­do para custear todas as despe­sas das câmaras municipais. A partir deste ano, a Casa de Leis de Ribeirão Preto receberá percentualmente menos recur­sos do que no ano passado

No ano passado, os inte­grantes da Mesa Diretora, pre­sidida por Lincoln Fernandes (PDT), que deixou o cargo em 31 de dezembro, decidiu redu­zir o percentual de 4,5% sobre as receitas correntes do muni­cípio a que tem direito consti­tucionalmente para 3,79%.

Com a redução solicita­da pelo Legislativo. o repas­se constitucional previsto na Lei de Diretrizes Orçamen­tárias (LDO) de 2021, de R$ 69.907.999, deverá cair para R$ 65.437.999,00 milhões. A Câmara de Ribeirão Preto de­volveu R$ 23,8 milhões para a Secretaria Municipal da Fa­zenda em 2020.

Em 2019, a devolução foi de R$ 17,7 milhões. Em toda a le­gislatura passada (2017-2020), cerca de R$ 74,9 milhões vol­taram aos cofres da prefeitura de Ribeirão Preto por meio de devoluções feitas pelo Legisla­tivo. Neste ano o custo da Casa com pessoal deve cair, já que o número de vereadores caiu de 27 para 22 – consequen­temente, também há menos gabinetes e assessores.

No último dia 11, a Câ­mara de Vereadores aprovou projeto de lei que autoriza a criação da renda básica mu­nicipal emergencial em Ri­beirão Preto. A proposta do vereador Ramon Faustino (Psol, Coletivo Ramon Todas as Vozes) autoriza a prefeitu­ra a criar um auxilio de R$ 300 à população em situação de vulnerabilidade social.

O valor será mensal, pago enquanto durar a situação de emergência e o estado de cala­midade pública na cidade. De acordo com o projeto, a origem dos recursos seriam dotações próprias e abertura de crédito suplementar, se necessário.

Agora o projeto aprovado depende da sanção do prefeito Duarte Nogueira oara virar lei. Os critérios para receber a ren­da são os mesmos do auxílio emergencial do governo fede­ral, estabelecidos no artigo 2º da lei federal nº 13.982/2020. Entre as condições estão a renda familiar mensal per capita seja de até meio salá­rio-mínimo (R$ 550) ou ren­da total da família de até três mínimos (R$ 3.300).

O pagamento do auxílio emergencial do governo federal injetou R$ 565,7 milhões em Ri­beirão Preto, desde o início da pandemia de coronavírus e até 21 de dezembro, segundo da­dos do Portal da Transparência do Ministério da Cidadania. Na cidade, 172.400 pessoas fo­ram beneficiadas.

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