Ao lado do secretário municipal de Cultura e Turismo, Pedro Leão, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), assinou, na manhã desta quarta-feira (22), a ordem de serviço para início das obras de restauração do Palácio Rio Branco – no próximo domingo, 26 de maio, vai completar 107 anos. A Increbase Construtora venceu a licitação.
Segundo foi anunciado na manhã de ontem, o prazo apara conclusão não será mais de dois anos, e sim de 18 meses, com término previsto para novembro de 2025. A empresa fará o serviço por R$ 6.548.330, valor 20% inferior aos R$ 8.185.413,42 estipulados em edital. São R$ 1.637.083,42 a menos. Outras autoridades e secretários acompanharam a solenidade.
Pedro Leão destacou a importância do Palácio Rio Branco para a história da cidade e, principalmente, para toda a população. “Em breve, nós vamos poder abrir esse prédio totalmente restaurado, requalificado e 100% acessível. Não será apenas o Palácio do Povo, será o Palácio de Todos. É um prazer fazer parte dessa história”.
“A partir de hoje, nós vamos recuperar, restaurar, preservar, guardar e cuidar desse prédio. Essa edificação significa, praticamente, toda a história contemporânea do povo de Ribeirão Preto. Daqui a 18 meses, nós vamos entregar para a cidade esse símbolo da força do ribeirão-pretano”, aponta Duarte Nogueira.
Após o restauro, o prédio terá destinação exclusiva cultural, sendo que os salões do primeiro andar – o Rosa, batizado de Orestes Lopes de Camargo, e o Salão Nobre Antônio Duarte Nogueira, pai do atual prefeito – terão uma agenda de atividades como exposições, ações formativas de cultura, saraus e apresentações diversas.
Atualmente, o prédio histórico abriga a Secretaria Municipal da Cultura e Turismo, que tem sua estrutura ocupando o andar inferior, sendo que os espaços do piso superior são voltados a atividades artísticas que envolvem música, dança, teatro, entre outras.
Os trabalhos de restauro e recuperação foram autorizados pelo prefeito Duarte Nogueira em 1º de fevereiro. O projeto executivo de restauro foi desenvolvido pela empresa Corsi Arquitetura e Construções e aprovado em 19 de janeiro pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac).
O presidente do Conppac, Lucas Gabriel Pereira, participou da solenidade de ontem. Atende às necessidades atuais do edifício, inaugurado em 1917. O objetivo da prefeitura de Ribeirão Preto é preservar a estrutura e adequar os espaços com obras de acessibilidade, para se tornar multifuncional e abrigar atividades culturais, inclusive com cafeteria.
O palácio é um dos símbolos da pujança de Ribeirão Preto no início do século passado, riqueza alicerçada nas fortunas dos barões do café, principalmente. Uma parte do projeto trata da adequação do porão para dar um uso funcional e com acessibilidade completa, inclusive com acesso independente (elevador) voltado para a Duque de Caxias.
A ideia é que o espaço abrigue a Escola de Arte do Bosque, que hoje está em funcionamento no Centro Cultural Palace. Outra parte importante das obras de restauração e adequação trata da climatização dos ambientes com equipamentos atuais, permitindo a retirada de antigos aparelhos de ar-condicionado instalados nas fachadas do palacete histórico.
O prédio terá destinação exclusiva cultural, sendo que os salões do primeiro andar contarão com uma agenda de atividades contemplando exposições, ações formativas de cultura, saraus e apresentações diversas, segundo a Secretaria de Cultura e Turismo.
A intervenção trata do resgate da edificação do Palácio Rio Branco. O projeto de restauração e reforma contempla um café, espaços para formação permanente, acessibilidade completa com elevador externo, banheiros em todos os pisos, dentre outras coisas.
A construção do teve início em 3 de agosto de 1915 e a obra ficou pronta em abril de 1917. O prédio conta com dois pavimentos e um porão, tem 600 metros quadrados de área coberta, totalizando 1.800 metros quadrados de construção. O estilo de sua fachada é uma transição do barroco para o moderno e foi inspirado nas fachadas arquitetônicas do início do século da França.
O nome escolhido foi uma homenagem ao Barão do Rio Branco, falecido em 1912. A herma na praça em frente ao palácio, construída em 1913, foi a “pedra fundamental” para da obra do palacete. O monumento foi restaurado em 2018 depois de ser alvo de vândalos. Durante seus anos iniciais, o imóvel foi a sede da Câmara dos Vereadores, da prefeitura, da Procuradoria e outros órgãos políticos.
O governo municipal (Câmara e prefeitura) funcionou conjuntamente no Palácio Rio Branco até 1956, quando o Legislativo foi transferido para o antigo prédio da Sociedade Recreativa e de Esportes, na rua Barão do Amazonas nº 323, onde fica hoje o Museu de Arte de Ribeirão Preto (Marp). Foi a sede da prefeitura até 1º de setembro de 2022.
Em 2017, uma “cápsula do tempo” foi enterrada em frente ao Palácio Rio Branco. Uma edição do jornal Tribuna está entre os itens que o prefeito Duarte Nogueira guardou no compartimento. O objeto será aberto em 2056, ano do bicentenário de fundação da cidade. O tombamento do prédio ocorreu em 28 de março de 1988, pela lei nº 5.243.