Tribuna Ribeirão
Política

Ausência de deputados irrita presidente da Acirp

A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) promoveu na noite des­ta sexta-feira, 22 de junho, um encontro com entidades e asso­ciações de classe para discutir a Proposta de Emenda Constitu­cional (PEC 5), aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que eleva o teto salarial do funcionalismo públi­co paulista para R$ 30,4 mil até o ano de 2022.

Os deputados estaduais da cidade que votaram a favor da PEC, Léo Oliveira (MDB), Ra­fael Silva (PSB) e Welson Gaspa­rini (PSDB) foram convidados para o evento, mas apenas o tu­cano compareceu.

O presidente da Acirp, o empresário do ramo industrial Dorival Balbino, criticou a au­sência de Léo Oliveira e Rafael Silva. Os dois alegaram que ti­nham compromisso agendado para as 20 horas na TV Thathi. Porém, Gasparini também confirmou presença no even­to da emissora, e foi à sede da Acirp esclarecer porque votou pelo aumento do teto salarial. Balbino havia dito que essa era a oportunidade dos três apre­sentarem suas ações em defesa dos interesses da cidade. O en­contro começou às 18 horas.

Para a Acirp, a PEC 5 é ino­portuna diante das dificuldades econômicas pelas quais passa a população, empresas e o pró­prio poder público. A entidade entende também que a medida beneficia apenas uma elite do funcionalismo público e não produz qualquer impacto posi­tivo na qualidade dos serviços prestados à sociedade.

Assim como a Acirp, o Ins­tituto Ribeirão 2030 também di­vulgou nota de repúdio contra a Proposta de Emenda Constitu­cional, sobre o aumento do teto salarial do funcionalismo públi­co estadual e municipal, cujos efeitos estão suspensos desde o dia 12 graças a uma liminar con­cedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

A ação direta de inconstitu­cionalidade (Adin) foi impetra­da pela prefeitura de São Bernar­do do Campo, e abrange todos os municípios paulistas, inclusi­ve Ribeirão Preto. Somente em Ribeirão Preto o impacto seria de cerca de R$ 20 milhões por ano na folha de pagamento do funcionalismo – 200 pessoas seriam beneficiadas, segundo o secretário da Administração, Ângelo Roberto Pessini Júnior. No estado de São Paulo, o im­pacto seria de aproximadamen­te de R$ 1 bilhão.

Se todos os 200 funcionários citados por Pessini receberem pelo novo teto, a folha munici­pal terá aumento de até R$ 1,5 milhão por mês. No caso do Ins­tituto de Previdência dos Muni­cipiários (IPM), 72 aposentados e quatro pensionistas deixam de receber mensalmente R$ 450,5 mil para extrapolar o limite legal.

Os deputados de Ribeirão Preto que votaram a favor dizem que a PEC vai beneficiar todo o funcionalismo, e não apenas quem recebe salários mais ele­vados. Dizem também que não atinge cargos em comissão, ape­nas para quem prestou concurso e que se trata de correção de um erro jurídico por atrelar o ven­cimento dos servidores ao do governador. Os três dizem que a proposta beneficiará policiais militares, professores, pesquisa­dores e outros profissionais.

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