Tribuna Ribeirão
Economia

Aumento da tensão no Oriente Médio leva dólar a R$ 4,05

A escalada da tensão co­mercial no Oriente Médio, após o ataque da Casa Branca que matou o comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Qassim Suleimani, provocou forte queda das moedas emergentes e com o real não foi diferente.

O dólar operou o dia todo em alta e, no mercado à vista, fechou com valorização de 0,78%, a R$ 4,0555. No mercado futuro, a moeda para fevereiro terminou com ganho de 0,81%, a R$ 4,0635.

O volume de negócios seguiu baixo no mercado local de câmbio, com muitos investidores ainda fora das mesas de opera­ção por conta das festas de final de ano. Mas o clima de cautela predominou durante toda a ses­são, com investidores buscando refúgio no dólar até entender os desdobramentos que a morte do iraniano pode ter para a econo­mia mundial. A consultoria ingle­sa Capital Economics estima que uma guerra entre Estados Unidos e Irã poderia reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) global em cerca de 0,3 ponto porcentual.

“O ataque aéreo americano desencadeou uma fuga para portos seguros no mercado de moedas”, avalia o chefe da área de moedas do banco alemão Commerzbank, Ulrich Leucht­mann. Com isso, o iene se forta­leceu e as moedas emergentes foram perdedoras, ressalta ele. No Chile, o dólar chegou a subir 2% e, na África do Sul, avançava 1,5% no final da tarde. O real foi a terceira com pior desempenho entre os principais emergentes.

Leuchtmann nota que a lira turca teve movimento bem mais contido (+0,31%) que outras moedas emergentes, um indício de que os investidores mais es­peculativos podem já ter deixado o país, que foi alvo recentemente de sanções americanas por conta dos ataques de Istambul a bases Curdas na Síria. Ante moedas fortes, o dólar acabou ficando praticamente estável, com o índice DXY subindo 0,02% no final da tarde.

“O mercado monitora os pró­ximos acontecimentos no Orien­te Médio”, afirma o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagen. A expectativa inicial após a notícia da morte de Qassim Suleimani era de um dia ainda mais nervo­so para o mercado, ressalta ele. Mas na falta de outros desdo­bramentos, o dólar chegou até a bater mínimas no começo da tarde, a R$ 4,03. Mas com o final de semana pela frente, o clima de cautela predominou.

Em meio aos eventos no Oriente Médio, a ata do Fede­ral Reserve (Fed) acabou não afetando os preços. Para Nagen, um evento que pode afetar as cotações é a reunião no próximo dia 15 entre Estados Unidos e China que vai marcar a assina­tura do acordo comercial fase 1 entre as duas maiores econo­mias do mundo. Os dirigentes do Fed notaram que o avanço das negociações entre a Casa Branca e Pequim reduziu os riscos para a economia mundial.

Postagens relacionadas

PIB cresce 1,4% no segundo trimestre e fica acima do esperado

Redação 2

CNI diz que economia poderá crescer 2,1% este ano

William Teodoro

Preço dos alimentos – Procon-SP já notificou 431 estabelecimentos

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com