A Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto divulgou comunicado alertando a população sobre os cuidados que ela deve ter para prevenção do contágio da dengue e da chikunguya. Segundo a Secretaria, nas últimas semanas houve aumento no número de casos notificados e confirmados da doença, associado a um aumento na positividade dos exames laboratoriais realizados em pacientes atendidos na rede pública.
Segundo a Pasta, as notificações saltaram de uma média de 330 por semana para mais de 500. Ribeirão Preto registrou 43.444 casos confirmados de dengue de janeiro até o dia 26 de dezembro deste ano, com 21 mortes. Há, ainda, seis mortes sob investigação, segundo dados do Painel de Arboviroses.
Segundo o comunicado, as condições climáticas atuais, caracterizadas pelo aumento das chuvas e da temperatura e umidade relativa do ar ajudam na proliferação dos mosquitos transmissores de doenças virais, principalmente as chamadas arboviroses, e consequentemente provocando aumento na transmissão dessas doenças.
A dengue é uma doença febril causada por um vírus, transmitido pela picada do Aedes aegypti. Pode apresentar sintomas leves ou evoluir com gravidade podendo levar à morte. Orientamos que ao apresentar sintomas, tais como febre, dores de cabeça e no corpo, mal-estar e fraqueza procure um serviço de saúde, não tome remédio sem prescrição médica, e tome bastante líquido.
“Tal resultado impõe a necessidade imediata na eliminação dos criadouros removíveis como pneus, pratos de vasos, plantas, garrafas entre outros e o tratamento doméstico dos criadouros fixos onde não é possível eliminação, tais como ralos internos dos imóveis e bandejas de degelo de geladeira”, diz parte do comunicado.
Vale destacar que o mosquito transmissor da dengue é o mesmo que transmite outras doenças como a Chikungunya, que tem seus sinais e sintomas parecidos com a dengue, e a principal manifestação clínica são as fortes dores nas articulações, que muitas vezes podem estar acompanhadas de edema.
Recorde de casos no Estado
Com mais de 2,16 milhões de casos prováveis de dengue neste ano, 2024 superou o recorde anterior, de 745 mil, de 2015, e se tornou o ano com maior número de notificações da história do estado de São Paulo. Cerca de 2,12 milhões desses casos já foram confirmados, de acordo com o painel de dados do governo estadual
Especialistas e o próprio Ministério da Saúde previam que 2024 seria o pior ano já enfrentado em relação à doença. Segundo eles, um único motivo não consegue explicar por si só a expansão da dengue, que ocorre não só no Brasil, mas no mundo todo.
Entre os fatores apontados por eles estão: as mudanças climáticas, com temperaturas elevadas e chuvas irregulares, que ajudam na reprodução do mosquito Aedes Aegypti, vetor da doença, e na transmissão da doença; medidas historicamente pouco eficazes de controle do mosquito, como a conscientização sobre a eliminação dos criadouros e uso de inseticidas (fumacê); e que, após anos, os quatro sorotipos da dengue circulam ao mesmo tempo no País.
De acordo com o Ministério da Saúde, 5,9 mil pessoas morreram de dengue neste ano e outros 1.003 óbitos estão sob investigação. Em São Paulo, o governo aponta para 2.005 mortes, com outras 427 sendo investigadas. Em 2015, segundo ano com mais casos de São Paulo, foram 504 mortes. No ano passado, foram 286, de acordo com série histórica do Ministério da Saúde.