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Aulas não voltarão em setembro

ALINE PEREIRA/CÂMARA

As 108 escolas municipais de Ribeirão Preto não deverão retomar as aulas presenciais em 8 de setembro. A informação é do secretário municipal da Edu­cação, Felipe Elias Miguel, que participou de audiência na Câ­mara de Vereadores, na noite de quarta-feira, 19 de agosto.

A reunião foi realizada de forma híbrida – presencial e virtual – e teve a participação de mais de 300 pessoas e au­toridades ligadas ao setor. A Comissão de Educação do Le­gislativo é presidida por Gláu­cia Berenice (DEM) e conta também com os vereadores Fabiano Guimarães (DEM), Bertinho Scandiuzzi (PSDB) e João Batista (PP).

De acordo com o secretá­rio, é inviável reabrir as escolas de Ribeirão Preto em setembro porque ainda não existem con­dições para garantir a seguran­ça aos 47 mil alunos e dos fun­cionários das unidades contra o coronavírus. A retomada de atividades escolares de forma opcional foi autorizada pelo go­verno de São Paulo.

O governador João Doria (PSDB) adiou a volta às aulas presenciais para 7 de outubro, mas permitiu que instituições em regiões da fase amarela há pelo menos 28 dias possam reabrir já em 8 de setembro – isso poderia ocorrer em Ri­beirão Preto e nas demais 25 cidades da área de atuação do 13º Departamento Regional da Saúde (DRS XIII).

A medida é válida tanto para o ensino público quanto privado. O funcionamento está condicionado ao cumprimento de protocolos sanitários. As pre­feituras vão analisar os pedidos das escolas e decidirão se po­dem ou não voltar a funcionar nesses lugares. O modelo pode favorecer instituições particu­lares, que já se declaram pron­tas para funcionar, e têm feito pressão para a abertura.

Segundo o governador, a partir de 8 de setembro serão permitidas atividades de refor­ço escolar, recuperação e ativi­dades opcionais. Além disso, as escolas também terão de respeitar o limite máximo de alunos nas unidades e os pro­tocolos sanitários.

Nesta primeira etapa, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, apenas até 35% dos alunos de­vem ser atendidos em atividades presenciais. Para os anos finais do ensino fundamental e ensino médio, o limite máximo de alu­nos é de 20%.

Os prefeitos podem criar ca­lendários próprios e planos mais restritivos, com base nos dados epidemiológicos regionais. Se uma eventual decisão municipal diferir do calendário proposto pelo Estado, a medida local vale­rá para todas as escolas públicas e privadas daquela cidade.

Na região, que envolve três das 91 Diretorias Regionais de Ensino (DREs) – Ribeirão Preto, Sertãozinho e Jaboticabal –, são 99.432 alunos de 165 escolas da rede estadual. Nos 645 muni­cípios paulistas são cerca de 3,5 milhões de estudantes e mais de cinco mil unidades.

Em Ribeirão Preto, no início deste ano, 46.921 estu­dantes – 22.696 do ensino in­fantil e 24.225 do fundamen­tal – estavam matriculados. A rede municipal conta com 108 escolas – há unidades em construção –, das quais 75 uni­dades de educação infantil e 33 de ensino fundamental.

A cidade também tem apro­ximadamente 300 instituições particulares das mais de dez mil que educam em território pau­lista. Para o professor Dalton Amorim, representante da co­munidade científica do Comitê Intersetorial da Secretaria da Educação, é preciso cautela para decidir a retomada das aulas.

Ele participou da audiência e apresentou o estudo de espe­cialista renomado internacio­nalmente que defende a volta segura somente quando forem registrados menos de dez casos novos por 100 mil habitantes. Dalton Amorim garante que a média em Ribeirão Preto está quatro vezes acima deste nível.

Portanto, de acordo com especialistas, entre eles o pró­prior Dalton Amorim, seria considerada inadequada a rea­bertura das 108 escolas da rede municipal de ensino durante a pandemia do novo coronaví­rus, que deve seguir até o final do ano ou até surgir uma vaci­na eficaz.

Agora, a Comissão de Edu­cação irá elaborar uma indi­cação com as sugestões e con­clusões da audiência que será enviada ao prefeito Duarte No­gueira Júnior (PSDB). Também será feito o acompanhamento da implementação da infraestrutu­ra necessária para a reabertura das escolas de forma segura.

Ação judicial
A prefeitura de Ribeirão Preto pode ser alvo de ação judicial, como ocorreu com o prefeito Bruno Covas (PSDB), da capital. O Sindicato dos Es­tabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), que representa escolas particu­lares, entrou com um pedido de liminar contra a decisão do tucano de não permitir a volta às aulas em 8 de setembro.

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