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Audiências começam no dia 24

O juiz da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, Lúcio Enéas Alberto da Silva Ferreira, aca­tou os argumentos apresenta­dos pela defesa da ex-gerente financeira da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp), Maria Lúcia Pandolfo, que está detida em Tremembé, e remar­cou para 24 de outubro o início dos depoimentos dos réus da ação penal que investiga a estrei­ta relação entre a Atmosphera Construções e Empreendi­mentos e a Coderp, no âmbito da operação Sevandija.

O Tribuna noticiou que as audiências teriam início no dia 4, mas o magistrado postergou o período de interrogatórios para que os advogados de Maria Lúcia Pandolfo – e consequente dos demais réus – tenham tem­po para analisar as escutas tele­fônicas, laudos periciais e outros documentos do processo. Os 21 acusados serão interrogados em audiências por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo magistrado.

Este processo envolve denún­cias de apadrinhamento político, pagamento de propina, fraude em licitações e favorecimento à empresa de Marcelo Plastino, que cometeu o suicídio em novembro do ano passado. Serão nove audi­ências entre 24 de outubro e 22 de novembro. Haverá depoimentos audiências nos 25, 26, 30 e 31 de outubro e 7, 8, 16 e 22 de novem­bro. Os primeiros a depor serão os dois réus que fecharam delação premiada com Gaeco – o acordo foi homologado por Silva Ferreira em 15 de setembro.

Entre os réus que estarão no Salão do Júri do Fórum Esta­dual de Justiça, Alexandra Fer­reira Martins, ex-namorada de Marcelo Plastino, e o ex-sócio dele, Paulo Roberto de Abreu Junior, fecharam acordos de delação premiada, homologa­dos por Silva Ferreira em 15 de setembro. Eles disseram aos promotores do Gaeco que o ex-superintendente da Coderp, Davi Mansur Cury, viajou com a esposa para os Estados Uni­dos com as despesas pagas por Plastino. A defesa nega e diz que ele tem parentes em Miami, na Flórida, e bancou o transporte com recursos próprios.

Abreu Júnior também con­firmou que Plastino abriu uma construtora para vencer licita­ções fraudadas. Chegou a faturar R$ 3,3 milhões entre 2012 e 2013. Só tinha duas funcionárias, uma enfermeira e uma cozinheira que trabalhavam na casa da mãe do empresário, Marina Plastino. O ex-sócio também revelou que o empresário tinha acesso aos edi­tais de licitação antes dos concor­rentes e ele mesmo agendava as datas dos pregões.

A ex-prefeita Dárcy Vera (PSD), presa em Tremembé desde 19 de maio, não é ré nes­ta ação penal, pelo menos por enquanto. Nove ex-vereadores, ex-secretários, ex-superinten­dentes da Coderp, advogados e empresários estão na lista.

Wagner Rodrigues, presi­dente destituído do Sindicato dos Servidores Municipais de Ri­beirão Preto, Guatapará e Pradó­polis (SSM/RP), já havia fechado acordo de delação no processo dos honorários advocatícios e vem colaborando com o Gaeco e a Polícia Federal. Luiz Alberto Mantilla Rodrigues Neto, ex-di­retor do Departamento de Água e Esgotos (Daerp), também é colaborador, mas na ação penal que envolve fraude em licitações da autarquia.

Segundo a denúncia, o mu­nicípio contratara a Atmosphera, via Coderp, para terceirizar mão de obra para o poder público. A contratação decorreu de frau­des em licitações milionárias, que ocorriam sem qualquer concor­rência efetiva, gerando contratação que servia, de fato, para a compra de apoio político de vereadores em prol da aprovação de projetos e contas do Executivo, segundo o Gaeco e a PF.

Além disso, haveria paga­mento de propina em dinheiro a agentes públicos do Executivo e do Legislativo em troca da con­tratação e manutenção da em­presa terceirizada. Os contratos somam, de 2012 até 2016, o valor de R$ 49 milhões. Os réus res­pondem por crimes licitatórios, formação de organização crimi­nosa e corrupção ativa e passiva.

Dentre os 21 réus desta ação penal, nove vereadores foram afas­tados da Câmara – o então presi­dente Walter Gomes (PTB, preso), Cícero Gomes da Silva (PMDB), José Carlos de Oliveira, o Bebé (PSD), Antonio Carlos Capela Novas (PPS), Genivaldo Gomes (PSD), Maurílio Romano (PP), Samuel Zanferdini (PSD), Evaldo Mendonça, o Giló (PTB, genro da ex-prefeita Dárcy Vera) e Saulo Rodrigues (PRB).

Também foram afastados os secretários Layr Luchesi Júnior (Casa Civil), Ângelo Invernizzi Lo­pes (Educação), Marco Antônio dos Santos e Davi Mansur Cury (ex-superintendente da Coderp). Todos foram proibidos de entrar em prédios públicos. Dárcy Vera foi afastada posteriormente. Todos negam a prática de qualquer ato ilícito e afirmam que vão provar inocência. Também são réus nes­ta ação Jonson Dias (proprietário de empresa com contratos com a Coderp) e Simone Sicillini (espo­sa de Jonson), Wesley Medeiros (ex-advogado da Atmosphera) e Vanilza Daniel (ex-gerente de Recursos Humanos da Coderp). Eles também refutam as acusa­ções sobre a prática de atos ilícitos.

Dentre as nove presas, sete são réus nesta ação penal: os ex-secre­tários Layr Luchesi Júnior (detido em Tremembé) e Ângelo Inverni­zzi Lopes (cumpre prisão domi­ciliar porque a esposa está com a saúde frágil) e Marco Antônio dos Santos (Tremembé, também ex­-superintendente da Coderp), o ex-superintendente da Coderp, Davi Mansur Cury (Tremem­bé), o advogado Sandro Rovani (Tremembé), a ex-gerente finan­ceira da Coderp, Maria Lúcia Pandolfo, e o ex-vereador Wal­ter Gomes – ele foi liberado pela Justiça para submeter-se a uma cirurgia de desvio de septo e está no Centro de Detenção Provisó­ria (CDP) de Serra Azul, onde ficará até o dia do depoimento no Fórum, 31 de outubro.

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