Tribuna Ribeirão
Justiça

Atos golpistas – Moraes vota para tornar réus 200 radicais

Após o Supremo Tribunal Federal (STF) colocar no banco dos réus os 100 primeiros de­nunciados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos sobre a ofensiva antidemocrática, votou nesta terça-feira, 25 de abril, para que a Corte máxima receba outras 200 acusações oferecidas pela Procuradoria-Geral da Repú­blica contra incitadores e execu­tores da depredação das depen­dências dos Três Poderes.

Trio
Três suspeitos são da ma­crorregião de Ribeirão Preto: a advogada Nara Faustino de Me­nezes, de 43 anos, moradora de Ribeirão; Adriana Salvador Plá­cido, de 54 anos, de Franca: e, o suplente de vereador em Nupo­ranga, Henrique Fernandes de Oliveira, o Sargento Fernandes (MDB), de 51 anos.

O Supremo Tribunal Fede­ral já aceitou denúncia da Pro­curadoria-Geral da República contra 100 bolsonaristas envol­vidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Na ocasião, vândalos depredaram os prédios do STF, do Congresso Nacional e o Pa­lácio do Planalto.

Na lista estão dois moradores da região: a médica veterinária e social media de Guariba, Ana Carolina Isique Guardiéri Bren­dolan, de 31 anos, e o corretor de imóveis de Ribeirão Preto, Bar­quet Miguel Júnior, de 53 anos. Os manifestantes deixaram um rastro de destruição em Brasília.

Os dois responderão por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado De­mocrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e dete­rioração de patrimônio tomba­do. O mérito das acusações será debatido em um segundo mo­mento, quando na prática pode­rão ser impostas condenações.

Como o STF aceitou de­núncia, os acusados agora res­ponderão a uma ação penal e se tornam réus no processo. Em seguida, o STF deverá analisar a manutenção da prisão dos acu­sados que ainda permanecem detidos. Os denunciados res­pondem por vários crimes.

Nova leva
Assim como no caso dos primeiros golpistas tornados réus, Moraes defendeu a aber­tura de ação penal contra os ou­tros 200 acusados pela PGR ar­gumentando que as acusações feitas aos radicais eram “gravís­simas” e, em análise preliminar, justificavam sua colocação no banco dos réus.

O ministro destacou a in­constitucionalidade de condu­tas que pretendam “destruir o regime democrático e suas ins­tituições, pregando a violência, pleiteando a tirania, o arbítrio, a violência e a quebra dos princí­pios republicanos”.

Cem acusados como autores do vandalismo registrado nas sedes do Congresso, Supremo e Planalto são acusados de crimes de associação criminosa arma­da, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, dano qualificado e dete­rioração de patrimônio tombado.

Já aos 100 incitadores dos radicais, são imputados os deli­tos de incitação ao crime e asso­ciação criminosa. As denúncias oferecidas pela PGR são analisa­das pelos ministros no Plenário virtual do Supremo, em sessão que tem previsão de terminar no próximo dia 2 de maio.

No julgamento que se en­cerrou na segunda-feira (24), o STF determinou, por maio­ria de votos, a abertura de ação penal contra 50 executores e 50 incitadores da ofensiva antide­mocrática. Apenas os ministros bolsonaristas André Mendonça e Kassio Nunes Marques vota­ram pela rejeição das denúncias. Ambos foram indicados ao STF por Jair Bolsonaro (PL).

Presos
Conforme levantamento do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF, das 1.390 pessoas detidas no dia dos ata­ques, 294 suspeitos – 86 mulhe­res e 208 homens – permanecem presos no sistema penitenciário do Distrito Federal. Os demais foram soltos por não represen­tarem mais riscos à sociedade e às investigações. Ao todo, 2.151 pessoas foram presas.

Região
Nove moradores da ma­crorregião de Ribeirão Preto já foram beneficiados com deci­sões de Moraes, entre eles sete de Franca e um de Nuporan­ga, o Sargento Fernandes, que agora pode ser denunciado na segunda fase de votação das denúncias.

Marcos Joel Augusto, o Marcão Bola de Fogo, de 53 anos, morador de Pitangueiras, que em 2020 concorreu ao car­go de vereador pelo Cidadania e não foi eleito, foi liberado e está com tornozeleira eletrônica, se­gundo a lista da Secretaria de Estado de Administração Peni­tenciária do DF (Seape-DF).

Outros quatro ainda estão detidos no Distrito Federal. Dois são de Ribeirão Preto, o corretor de imóveis e agora réu Barquet Miguel Júnior e a ad­vogada Nara Faustino de Me­nezes, que está na mesma situ­ação do Sargento Fernandes.

Também segue detida a médica veterinária e social media de Guariba, Ana Caroli­na Isique Guardiéri Brendolan, outra que virou ré pelos atos de 8 de janeiro. Um morador de Franca, o empresário Douglas Ramos de Souza (42), segue detido. A também francana Shara Silvano Silva (24) já foi libertada com uso de tornoze­leira eletrônica.

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