Tribuna Ribeirão
Justiça

Atos em Brasília – Libertados podem retornar à prisão

Enquanto centenas de de­nunciados por atos golpistas deixaram a prisão nesta se­mana, outros investigados li­gados aos protestos violentos do dia 8 de janeiro – quando radicais invadiram e depreda­ram as sedes dos Três Poderes, em Brasília: os alvos foram o Palácio do Planalto, o Con­gresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal – que já haviam sido colocados em liberdade provisória po­dem voltar ao cárcere.

Desobediência
Juízos de todo o país infor­maram ao Supremo Tribunal Federal dados de radicais que descumpriram medidas cau­telares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. O ma­gistrado, inclusive, já notificou alguns dos investigados a pres­tarem esclarecimentos sobre as violações, sob pena de decreta­ção imediata da prisão.

As informações constam do processo em que foi de­cretada a prisão preventiva de mais de mil extremistas que participaram dos atos que deixaram um rastro de destruição na Praça dos Três Poderes. Segundo balanço do Supremo, 751 pessoas seguem presas pela ofensiva antide­mocrática e 655 foram libera­das para responder em liber­dade com cautelares.

Estados
Documentos das Justiças de São Paulo, Mato Grosso, Distrito Federal e Santa Catarina apon­tam que alguns dos investiga­dos não se apresentaram para colocar a tornozeleira eletrôni­ca e também violaram a área delimitada de monitoramento. Também há relatos de pesso­as que descumpriram a ordem para comparecer semanalmente diante do juiz e que se ausenta­ram da cidade onde informaram que poderiam ser encontradas.

Em decisões assinadas em fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes determinou que 22 investigados prestassem escla­recimentos sobre o descumpri­mento das medidas impostas quando foram colocados em liberdade provisória. Eles tam­bém foram proibidos de usar as redes sociais, se comunicar com outros envolvidos nos atos gol­pistas, tiveram seus passaportes cancelados e suspensos even­tuais documentos de porte de arma de fogo.

Na quinta-feira, 2 de março, Alexandre de Moraes conce­deu liberdade provisória, com medidas cautelares alternativas, a mais 52 denunciados pelos atos golpistas. Assim como os outros 173 investigados benefi­ciados por decisão semelhante assinada na terça-feira, 28 de fevereiro, o grupo agora liberto foi detido no acampamento em frente ao QG do Exército. São acusados de incitação ao crime e associação criminosa.

Região
Sete moradores da macror­região de Ribeirão Preto foram beneficiados com a decisão, entre eles seis de Franca e um de Nuporanga, o suplente de vereador Henrique Fernandes de Oliveira, o Sargento Fernan­des (MDB), de 51 anos. Outros sete ainda estão detidos no Dis­trito Federal, segundo lista da Secretaria de Estado de Admi­nistração Penitenciária do DF (Seape-DF) atualizada nesta quinta-feira, 2 de março.

Dois são de Ribeirão Preto, os advogados Barquet Miguel Júnior (52 anos) e Nara Faus­tino de Menezes (43). Dois moradores são de Franca, o empresário Douglas Ramos de Souza (41) e Shara Silvano Sil­va (23). Também segue detida a médica veterinária e social media de Guariba, Ana Caroli­na Isique Guardiéri Brendolan, de 30 anos.

Marcos Joel Augusto, o Marcão Bola de Fogo, de 52 anos, morador de Pitangueiras, que em 2020 concorreu ao car­go de vereador pelo Cidadania e não foi eleito, segue detido, segundo a lista da Seape-DF. Com as novas ordens de soltu­ra, o total de libertados desde segunda-feira (27) chega a 225.

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