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Ativismo intergeracional pelo clima

Greta Thunberg nasceu na Suécia em 3 de janeiro de 2003. Em agosto de 2018, logo após fortes ondas de calor em seu país, ela decidiu não frequentar a escola às sextas-feiras até a data das eleições. No horário das aulas ela sentava-se do lado de fora do prédio do Parlamento Sueco e segurava um cartaz com a frase”Skolstrejkförklimatet” – greve escolar pelo clima. Em seu protesto, Greta pedia que o governo da Suécia reduzisse as emissões de gases de efeito estufa e cumprisse o Acordo de Paris.

Tinha início ali o movimento “Fridays For Futur”, pois protestos semelhantes passaram a acontecer em outros países europeus. Em 15 de março deste ano, em inúmeras cida­des do mundo, inclusive São Paulo, escolares foram às ruas pedir ação dos governos e das sociedades para garantir vosso futuro. Na semana passada, um grupo de 500 estudantes israelenses e palestinos, numa situação inédita, se uniram em Jerusalém pelo clima.

Quais preocupações rondam a mente dos jovens, dos ado­lescentes e das crianças brasileiras? Seus pais tem noção do mundo deteriorado que legarão aos seus filhos?

Estamos em 2050 numa Ribeirão Preto bem mais verde do que aquela que conhecemos hoje. Os programas de arboriza­ção, agricultura urbana, pomares comunitários e “florestas-de -bolso” foram implantados há mais de 30 anos. A estratégia de consumir o calor excessivo com muita vegetação foi exitosa. Os animais silvestres encontram abrigo e alimento. Ouve-se uma variedade bem maior de trinados, pipilos e chilreios.

No meio deste século as primaveras e os verões são ex­tremamente quentes. Mas a trama verde e azul da cidade é reforçada por paisagens semelhantes em todos os 34 municí­pios da Região Metropolitana de Ribeirão Preto. A resiliência ambiental foi reconstruída. Qualquer morador desta região nunca está distante a mais de 10 minutos de uma área verde bem arborizada e ele pode banhar-se no Rio Pardo ou em algum de seus afluentes.

As ruas são mais calmas. Em 2050, Ribeirão é uma cidade 100% ciclável. As pessoas se movimentam principalmente por transportes coletivos.O uso de combustíveis fósseis foi aban­donado – fim do diesel em 2025 e da gasolina em 2030. A qualidade do ar é excelente também no outono-inverno gra­ças à diminuição das queimadas rurais e urbanas. As afecções pulmonares e as doenças cardiorrespiratórias não superlotam mais os ambulatórios médicos.
As populações do Aedes aegypti e de escorpiões reduzi­ram drasticamente.

A performance de sustentabilidade das edificações certifi­ca o município como modelo a ser seguido no país. Raciona­lidade no consumo de água, eficiência energética e desperdí­cio zero de materiais da construção civil.

Nos restaurantes ribeirão-pretanos 50% dos ingredientes vêm de produtores locais e são orgânicos. Variados pratos vegetarianos são sugeridos. A pegada de carbono no item alimentação diminuiu vertiginosamente pela adesão de dietas menos carnívoras.
Projetos que preconizam e fazem a transição energética e ecológica representam metade da empregabilidade. Serviços, indústrias, empreendedores e governo acessam novos modos vigentes de financiamento. A economia de baixo carbono triunfou.

Em 2019, as greves escolares pelo clima começam a ecoar pelos quatro cantos do planeta. Que elas se multipliquem pe­las ruas e ganhem milhares de novos cartazes. O ativismo por um planeta habitável e saudável deve ganhar escala intergera­cional nos próximos anos.

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