Mísseis de cruzeiro russos, voando baixo e contornando as defesas aéreas ucranianas, destruíram edifícios de armazenamento agrícola na região de Odessa nesta sexta-feira, 21 de julho, disseram autoridades ucranianas. As forças do Kremlin expandiram seus alvos após três dias de bombardeios na infraestrutura portuária do Mar Negro da região, após a retirada dos russos do acordo de grãos na segunda-feira (17).
Duas pessoas ficaram feridas, além de 100 toneladas de ervilhas e 20 toneladas de cevada que ficaram destruídas, após o ataque russo a um depósito agrícola, segundo o governador da região de Odessa, Oleh Kiper. Enquanto trabalhadores tentavam conter um incêndio desencadeado por dois mísseis, outro míssil atingiu o local destruindo equipamentos agrícolas e de combate a incêndios, informou Kiper.
O ataque foi de menor escala em comparação com os dos últimos dias que colocaram Odessa na mira de Moscou, que mirou a infraestrutura crucial de exportação de grãos da Ucrânia após prometer retaliar um ataque que danificou uma ponte crucial entre a Rússia e a Península da Crimeia, anexada a Moscou.
Embora o ato de ontem tenha sido mais moderado, o avanço nos ataques manteve a população de Odessa em alerta. “O inimigo continua aterrorizando e isso está, sem dúvida, relacionado ao acordo de grãos”, disse Natalia Humeniuk, porta-voz do Comando Operacional Sul do exército ucraniano. O Instituto de Estudos da Guerra, em Washington, Estados Unidos, disse que os recentes ataques no sul da Ucrânia fazem parte de uma estratégia geral.
“Os intensos ataques do exército russo contra a infraestrutura portuária e de grãos ucraniana e ameaças de escalada marítima provavelmente fazem parte do esforço do Kremlin para aproveitar a saída da Rússia da iniciativa de grãos do Mar Negro e obter extensas concessões do Ocidente”, afirmou em uma avaliação na quinta-feira (20).
O Ministério da Defesa russo disse que a Marinha realizou exercícios que simulavam ação para bloquear uma seção do Mar Negro. Durante a prática, uma lancha de mísseis disparou mísseis de cruzeiro antinavio contra um alvo simulado na parte noroeste do Mar. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia anunciaram que vão tratar os navios um do outro como possíveis alvos militares em trajetos para os portos do Mar Negro.
Polônia
O presidente russo Vladimir Putin ameaça agir em outra frente, contra a Polônia. Diz que o país deve parte de seu território a Josef Stalin, que libertou os poloneses do nazismo. Tropas mercenárias do Grupo Wagner estão na fronteira de Belarus com a Polônia.