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Ataque de escorpião aumenta 270%

O número de ocorrências envolvendo escorpiões disparou em Ribeirão Preto neste ano. Até o início de novembro, foram re­gistrados 545 ataques na cidade, média mensal superior a 50, quase dois por dia. A quantidade de ca­sos já é 270% superior aos 147 re­gistrados no ano passado, quando a média era de 12 por mês, com 398 a mais. Em comparação com 2013, quando a Divisão de Vigi­lância Epidemiológica da Secre­taria Municipal da Saúde (SMS) atendeu 143 pessoas, a alta chega a 281%, com 402 picadas a mais.

Segundo o Departamento de Vigilância em Saúde, nos últimos seis anos, de 2013 até o início deste mês, já foram registrados na ci­dade 1.467 ataques de escorpião, média anual de 244. As principais vítimas são os adultos com idade entre 20 e 49 anos, com 585 ocor­rências, 39,9% do total e média de 18.1 picadas para cada grupo de dez mil habitantes. Em seguida aparecem as pessoas com 50 a 79 anos, com 347 casos, 23,6% e 21.7 registros por dez mil habitantes.

Os idosos maiores de 80 anos e os bebês com menos de um ano são as faixas etárias com menor incidência. No primeiro grupo fo­ram registrados 20 ataques desde 2013, ou 1,36% do total e 14.4 por dez mil habitantes. No segundo foram 22 ocorrências, 1,5% dos 1.467 constatados em seis anos. No entanto, a incidência é alta, de 27.7 por dez mil crianças. A maior taxa de incidência é de crianças entre um e quatro anos, com 44.9 por dez mil habitantes. São 144 ca­sos, 9,8% do total.

Segundo a Divisão de Vigilân­cia Epidemiológica, neste período houve apenas um óbito na cidade. O ano de 2014 terminou com o menor número de ocorrências: 127. Em 1º de maio deste ano, no Jardim Salgado Filho, na Zona Norte de Ribeirão Preto. A crian­ça foi ferida no pé pelo aracnídeo quando ajudava a tia a retirar o entulho de um terreno onde se­ria erguido um barraco. O me­nino João Victor Souza de Paula foi socorrido pela tia e levado à Unidade Básica Distrital de Saú­de (UBDS) do bairro Quintino Facci II, mas acabou transferido para a Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Ele morreu depois de sofrer paradas cardíacas decorrentes da ação do veneno.

A Divisão de Vigilância Epi­demiológica do Departamento de Vigilância em Saúde, chefiada pelo doutor Daniel Araújo, infor­ma que em todo caso de acidente com animal peçonhento a vítima deve procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação mé­dica e, caso seja necessário, o posto deverá encaminhar o paciente ao HC para avaliação da toxicologia e necessidade de aplicação do soro antiescorpiônico, de acordo com a gravidade.

A população pode ajudar ro­çando o mato de os terrenos par­ticulares e evitando o acúmulo de lixo e entulho. São cerca de 60 mil áreas desocupadas. Todos os anos, milhares de proprietários são no­tificados sobre a necessidade de construção de mureta e calçada e de limpeza e capinação. De acor­do com o Centro de Vigilância Epidemiológica (CEV) da Secre­taria Estadual de Saúde, neste ano, até 16 de agosto, foram registrados 14,3 mil casos relacionados a ata­ques de escorpiões no Estado.

Em todo o ano passado, fo­ram 21,7 mil casos. Nos dois anos, a média é a mesma, de 1,8 mil ca­sos por mês. Em 2017, houve sete óbitos por escorpiões. Já neste ano, até agosto, foram contabilizados oito – as crianças são as principais vítimas. As duas mortes mais re­centes foram de duas meninas, uma de 10 anos, em Santa Bárbara d’Oeste, no dia 7, e outra de 4, em Ourinhos, em 22 de outubro.

A espécie mais comum nas cidades é a “Tityus serrulatus”, conhecida como “escorpião ama­relo”. Trata-se de um tipo urbano, frequentador de esgotos ou redes pluviais, e considerado o mais perigoso da América Latina.“Sua picada é muito dolorida, provoca náuseas, vômitos, sudorese, e o ve­neno pode matar crianças de até 12 anos e idosos após causar arrit­mia cardíaca e edema pulmonar. Para não correr risco de morte, a pessoa tem de ser atendida em, no máximo, quatro horas. É pre­ciso tomar soro contra o veneno e analgésico para aliviar a dor.

O balanço dos ataques em RP
Ataques em 2013 – 143
Ataques em 2014 – 127
Ataques em 2015 – 267
Ataques em 2016 – 238
Ataques em 2017 – 147
Ataques em 2018 – 545
Total de ataques: 1.467

Menores de 1 ano – 22 casos Incidência: 27.7 por 10 mil habitantes
De 1 a 4 anos – 144 casos Incidência: 44,9 por 10 mil habitantes
De 5 a 9 anos – 128 casos Incidência: 28.3 por 10 mil habitantes
De 10 a 19 anos – 221 casos Incidência: 23.9 por 10 mil habitantes
De 20 a 49 anos – 585 casos Incidência: 18.1 por 10 mil habitantes
De 50 a 79 anos – 347 casos Incidência: 21.7 por 10 mil habitantes
De 80 anos ou mais – 20 casos Incidência: 14.4 por 10 mil habitantes
Fonte: Divisão de Vigilância Epidemio­lógica da SMS

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