As discussões para a criação e implantação da Associação das Prostitutas de Ribeirão Preto voltarão em fevereiro, quando todas as entidades ligadas ao atendimento dos profissionais do sexo na cidade retomarem suas atividades. Segundo o promotor da Habitação e Urbanismo do Ministério Público Estadual (MPE), Wanderlei Trindade, um dos primeiros tópicos a serem abordados será como viabilizar o projeto e de que forma a futura associação deverá atuar.
Para fundamentar as discussões e ter subsídios, a Promotoria de Habitação e Urbanismo solicitou à organização não-governamental (ONG) Vitória Régia cópia o estatuto da entidade, já encaminhada ao Mistério Público. Trata-se de uma entidade ribeirão -pretana que há vários anos realiza o atendimento e a conscientização de mulheres em situação de vulnerabilidade, como as prostitutas. “Vamos retomar estas reuniões e envolver um maior número de interessados nas discussões”, afirma o promotor.
Para a diretora da ONG Vitória Régia, a assistente social Regina Brito, as discussões serão fundamentais para a busca de um consenso sobre o assunto. Ela afirma que somente ouvindo todos os envolvidos será possível definir os próximos passos do projeto que pode, por exemplo, optar pelo fortalecimento das entidades já existentes. As reuniões programadas para o começo de fevereiro devem ter a participação de representantes do Movimento Mulheres Guerreiras, de São Paulo.
A criação de uma associação de profissionais do sexo na cidade faz parte das ações para a revitalização e ocupação dos espaços públicos localizados no Centro Velho de Ribeirão Preto, entre eles a região da “Baixada”. A ideia, que também conta com a participação da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, é que através desta entidade elas possam se organizar, receber orientações em questões como saúde, jurídicas e conheçam seus direitos e deveres como cidadãs.
“O que estamos propondo é dar dignidade para estas pessoas através de uma associação composta por elas e por profissionais capacitados para dar orientações em setores como saúde, direito e explicitar quais são seus direitos e seus deveres como profissionais”, afirma o promotor Wanderlei Trindade.
Com esta organização será possível, segundo ele, repensar um dos grandes problemas da região da baixada que é a forma como prostituição acontece naquela região de Ribeirão Preto. Outras intervenções em relação aos moradores de rua na área, o combate ao tráfico de drogas que acontece na “Baixada” e o incentivo para a ocupação pela população de locais como a praça Francisco Schmidt também serão implementadas.